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Barco elétrico foi apresentado a estudantes e empresários, durante evento na FIEPA

Barco elétrico foi apresentado a estudantes e empresários, durante evento na FIEPA

Barco elétrico foi apresentado a estudantes e empresários, durante evento na FIEPA

Exemplo positivo da parceria entre a academia e a indústria, foi apresentado nesta quarta-feira, 22, em Belém, o projeto de uma embarcação totalmente elétrica, movida à energia solar fotovoltaica, que deverá beneficiar comunidades amazônicas da região do Xingu, no Pará. O barco faz parte do Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia (SIMA), resultado de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Norte Energia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA).

Segundo a gerente de Pesquisa de Desenvolvimento da Norte Energia, engenheira Andreia Antloga do Nascimento, o SIMA foi criado para fazer a gestão de diferentes modais, que incluem dois ônibus elétricos (que já estão em funcionamento e interligam os campi da UFPA de Belém e Castanhal, funcionando como o primeiro “corredor verde” do Pará) e o barco elétrico-fotovoltaico, como solução energeticamente eficiente e sustentável de acordo com as particularidades bioclimáticas a Amazônia. “Este é um projeto muito especial e que nos trouxe muitos desafios, levando em consideração que estamos no meio da Amazônia, porque, além dos ônibus e do barco, o projeto prevê ainda a criação de toda uma infraestrutura para a gestão destes modais que envolve geração fotovoltaica, armazenamento de energia, eletropostos para recarga, sistema de aquisição de dados e comunicação wireless com processamento em nuvem”, explicou a engenheira.

A apresentação do projeto foi feita durante uma reunião de trabalho promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), por meio do seu Conselho Temático de Infraestrutura da FIEPA (COINFRA), e em parceria com o Centro das Indústrias do Pará (CIP), e que tem como objetivo estimular uma maior aproximação entre os centros de conhecimento e o setor produtivo. “A ideia é fomentar soluções que possam contribuir para o desenvolvimento do Estado, para que saiamos deste paradoxo de estado rico e sociedade pobre”, afirmou o vice-presidente da FIEPA, José Maria Mendonça.

Para o professor e mestre Emannuel Loureiro, diretor da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA, que apresentou o projeto ‘Embarcações Sustentáveis’, as embarcações elétricas possuem diversas vantagens em comparação com os veículos tradicionais, pois apresentam alto rendimento e baixo impacto ao meio ambiente. “É fundamental o apoio da iniciativa privada, dos produtores nacionais e de políticas públicas que observem a importância dessa modalidade para gerar incentivos fiscais a esse tipo de tecnologia, principalmente na região amazônica, onde as distâncias e os riscos na navegação são maiores”, afirmou o professor.

Loureiro explicou que a Faculdade de Engenharia Naval da UFPA também mantém convênio com a Norte Energia para desenvolver outras embarcações que serão usadas pelas comunidades nas áreas de abrangência da empresa. “Dentro do convênio vamos construir voadeiras elétricas para uso dos indígenas no Rio Xingu, que terão um baixo custo operacional e zero emissão de gás carbônico, além de um nível de ruído baixíssimo, sem contaminação da água, sendo totalmente sustentável, e já estamos também desenvolvendo um projeto para a construção de rabetas (pequenas embarcações) elétricas as comunidades locais, que será muito segura, sem riscos de incêndio ou escalpelamentos”, explicou o professor.

Para o diretor geral do Instituto de Tecnologia da UFPA, Hito Braga de Moraes, que falou sobre a eficiência do transporte aquaviário e sua relação com a capacidade dos terminais portuários para a exportação de commodities agrícolas e minerais da Região Amazônica, a proximidade da academia com a indústria tem se mostrado cada vez mais efetiva. “Para nós, encontros como este aqui, são uma oportunidade de mostrar para a comunidade empresarial tudo o que está sendo produzido pela Universidade, e contribui para que as empresas tenham mais acesso a todo o conhecimento gerado pela academia”.

Segundo o vice-presidente da FIEPA, José Maria Mendonça, fortalecer o intercâmbio entre as universidades e as indústrias é importante para aproveitar todo o potencial da região, uma vez que o Pará é a porta de entrada da Amazônia com a maior biodiversidade do mundo e a maior concentração de água doce do planeta. “Estes fatores nos mostram que somente através dessa troca de conhecimentos vamos conseguir trazer mais desenvolvimento para o Estado e quero destacar que temos abordado não apenas a temática hídrica e logística, mas muitas outras em nossas reuniões de trabalho, porque nosso objetivo é manter nossas portas abertas para qualquer inovação acadêmica que possa subsidiar o setor produtivo”, reforçou Mendonça.

Segundo a gestora da Norte Energia, a empresa foi a única que apresentou a solução de barco elétrico, durante a chamada aberta pela Aneel. “Acredito que isso foi o que mais chamou a atenção na hora da seleção dos projetos porque nós estamos na região Amazônica. Tudo o que nós criamos dentro do SIMA é voltado para possibilitar a redução de combustíveis fósseis e do CO2, e esse é o caminho que nós queremos trilhar que é o caminho do futuro”.

Livro – Para encerrar do evento, houve o lançamento do livro ‘Terra do Mar Doce – Contribuições da Academia para a Navegação na Amazônia’, coletânea de 21 artigos da produção científica realizada pela UFPA, organizada pela pesquisadora, professora e doutora em Engenharia de Transportes, Maísa Sales Gama Tobias. Os artigos relatam os desafios do transporte hidroviário e apresentam as soluções propostas por quem estuda e vivencia os problemas na Amazônia, sendo indicada sua leitura para os setores públicos e privados que pretendem investir em transporte, construção naval, hidrovias, portos e logística na região.

 



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