FIEPA e CIP reúnem academia e setor produtivo para discussão sobre energia
A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e o Centro das Indústrias do Pará (CIP) organizaram, na manhã desta terça-feira (15), uma série de palestras visando discutir os desafios e perspectivas do setor de energia na Amazônia e no Brasil, sob diferentes aspectos. O evento, que também teve transmissão online, reuniu especialistas em energia do setor produtivo, da academia e de outros segmentos da sociedade.
A primeira palestra foi feita pelo diretor comercial da Hydro Energia, Caio Fernandes, que apresentou as propostas da empresa para o desenvolvimento de recursos naturais em produtos e soluções de maneira eficiente. Segundo o diretor, o Pará possui potencial para se inserir no mercado de energia. “A Hydro Energia enxerga esse potencial e se posiciona dentro da FIEPA para auxiliar o industrial paraense a estar bem posicionado nesse mercado, que é complexo e super concorrencial. Então, estamos nos posicionando não só como player de mercado, mas como um braço de um grupo que tem participação muito grande dentro do Pará. Queremos ter essa parceria com a FIEPA para desenvolver o conhecimento e disseminar a informação entre a área industrial no Estado”, comentou Fernandes.
Representando a academia, Maria Emília Tostes, Professora titular da UFPA e Coordenadora do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon/UFPa), apresentou o projeto Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia (SIMA). O objetivo é promover melhor eficiência energética no campus Belém, por meio da criação de uma usina de geração de energia fotovoltaica na UFPA, uso de ônibus e barcos elétricos, sistema de armazenamento a baterias, e eletropostos de abastecimento com a energia gerada dentro da universidade.
Para a professora, a comunicação entre o setor produtivo e academia é fundamental para se enxergar melhor as demandas e buscar soluções para as questões energéticas na região. “É só por meio dessas parcerias que nós vamos conseguir mudar a nossa sociedade, mudar a forma de enxergar o que é importante realmente dentro de todos os ambientes. Essa é uma oportunidade de mostrar que a academia está sempre desenvolvendo inovação que pode ser utilizada para melhorar a eficiência dos sistemas com custos até menores”, disse Tostes.
Por último, o diretor de Energia da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (ABRACE), Victor Victor iOcca, abordou sobre a crise de suprimento de energia elétrica e a modernização do setor elétrico. “A gente percebe que avançar com um projeto de lei que vai trazer um novo marco de modernização para o país vai ser muito bom e é uma pauta urgente. Positivo para trazer eficiência para o setor e estruturalmente conseguir reduzir o custo de energia para todos os consumidores, desde a indústria até a pequena residência”, destacou o diretor, referindo-se ao projeto de lei 414/2021 que modifica o marco regulatório do setor elétrico permitindo que consumidores do mercado livre possam fazer a portabilidade de sua conta de luz entre as distribuidoras, além da possibilidade de escolha da empresa que oferecer a energia mais barata.
Segundo o vice-presidente da FIEPA e presidente do CIP, José Maria Mendonça, a aproximação da academia com o setor produtivo continuará acontecendo, pois é imprescindível para as discussões relacionadas ao futuro do Estado do Pará. “Essa união é algo que já estamos trabalhando há muito tempo e vamos continuar nesse caminho, discutindo energia, pois é um assunto fundamental para o Estado do Pará. Nós temos que saber que futuramente devemos ser berço da energia no Brasil, principalmente a energia elétrica. Hoje fizemos questão de discutir o assunto a partir de três ângulos diferentes, para mostrar a multiplicidade do tema, porque a energia envolve uma discussão muito mais ampla do que muitos pensam”, encerrou Mendonça.
