Notícias

A região do Marajó é uma das mais carentes do Brasil, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,524, e é onde também está localizado Melgaço, um dos municípios com o menor IDH do país, chegando a 0,418, de acordo com o IBGE. Uma forma de apoiar o desenvolvimento da região seria a capacitação da população local, o que daria a ela oportunidades de emprego e renda, mas ainda existe a questão das dificuldades de acesso.

Foi pensando em soluções para essa problemática que o SENAI Pará desenvolveu, junto com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto de um barco escola, capaz de levar à região cerca de 100 diferentes tipos de cursos gratuitos, nas áreas de Alimentos e Bebidas, Automotiva, Construção Civil, Refrigeração e Climatização, Têxtil e Vestuário, Tecnologia da Informação e Metal Mecânica.

O projeto foi apresentado nesta quinta-feira (26), para representantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que estão no Pará visitando entidades e autoridades em nome do programa Abrace o Marajó, cujo objetivo é melhorar o IDH dos municípios da região a partir da ampliação do alcance e do acesso da população marajoara aos direitos humanos.  Representaram o Sistema FIEPA na reunião o presidente José Conrado Santos, os vice-presidentes Rita Arêas e Clóvis Carneiro, o diretor do SENAI Pará, Dário Lemos, e o chefe de gabinete da FIEPA, Fabio Contente. A reunião contou ainda com a presença da deputada estadual Dra. Heloísa.

“O Sistema Indústria há 07 anos tem um projeto de uma escola profissionalizante para o Marajó e um olhar para aquela região no sentido de melhorar esse IDH. Infelizmente, por questões de segurança jurídica da sobrevivência do Sistema Indústria, ele ficou paralisado. Agora, essa visão do Governo Federal, que também está alinhada à visão do Governo do Estado para o desenvolvimento do Marajó, vem ao encontro dos nossos projetos estruturantes. Por isso apresentamos o projeto do nosso barco escola profissionalizante, que é um grande mote para ajudar o programa Abrace o Marajó”, destacou o presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos.

De acordo com o diretor Regional do SENAI, Dário Lemos, a embarcação, que será equipada com laboratórios e salas de aula, está orçada em US$ 4 milhões, sendo que ao fechar qualquer parceria no sentido de viabilizar a construção, o SENAI se responsabiliza por manter o custeio de funcionamento do barco escola, orçado em R$ 3 milhões ano. Com isso, será possível atender até 3 mil pessoas anualmente. “É um projeto que utiliza a vocação regional dos nossos rios para levar conhecimento e capacitação técnica à população do interior do estado, que muitas vezes não tem acesso a serviços básicos, como educação e saúde”, ressaltou Dário Lemos.

Tatiana Alvarenga, secretária executiva do Ministério, que participou da reunião acompanhada do diretor do MMFDH, Henrique Villa, destacou a importância da participação da FIEPA no programa Abrace o Marajó. “É um dia muito importante para o Ministério. A Federação está conosco desde o início do processo de criação do programa, que é coordenado pelo Ministério, com a liderança da Ministra Damares, para combater a violação de direitos da crianças e adolescentes, violência contra a mulher, a pobreza, o círculo de vulnerabilidade que cerca aquela região, aliado ao potencial da região e à vontade do povo”, explicou.

Ela disse ainda que só por meio do desenvolvimento regional e socio econômico será possível quebrar o ciclo intergeracional de pobreza e de vulnerabilidade da população marajoara. “A FIEPA é um parceiro essencial. O poder público vai entrar com apoio de infraestrutura e todas as obrigações, mas sem a indústria e sem a sociedade civil a gente não vai conseguir alavancar o empreendedorismo, que vai ser uma das fontes de inclusão produtiva da população e de aumento da riqueza”, finalizou.