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Palestra na FIEPA abordou origem das chuvas e impactos do desmatamento na Amazônia

Palestra na FIEPA abordou origem das chuvas e impactos do desmatamento na Amazônia

Palestra na FIEPA abordou origem das chuvas e impactos do desmatamento na Amazônia

No Dia Mundial da Água, celebrado nesta terça-feira, 22 de março, a FIEPA, junto com o CIP, a ACP, a Fecomércio-PA e a FAEPA, promoveram palestra sobre a origem das chuvas e impactos do desmatamento na Amazônia. O evento, híbrido, aconteceu no Auditório Albano Franco, da FIEPA, e foi transmitido ao vivo pelo Youtube da federação.

O palestrante foi o professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas, Luiz Carlos Molion. Há mais de quatro décadas estudando as mudanças climáticas e a Amazônia, Molion é um dos maiores opositores das visões em torno das mudanças climáticas e das acusações de que o Brasil é negligente em preservar a região.

O objetivo da palestra foi atentar para a importância das águas para a Amazônia, além de esclarecer como ela interage com as demais regiões da América do Sul. Segundo o especialista, o desmatamento da Amazônia não interfere na distribuição da chuva no restante da américa do sul, pois a fonte de umidade para regiões fora da Amazônia não é a floresta e sim umidade proveniente do oceano atlântico tropical.

“A bacia amazônica está em equilíbrio climático, ou seja, da umidade que entra na bacia pela atmosfera e se transforma em chuva local, metade é devolvida ao oceano atlântico pelo rio amazonas e a outra metade é devolvida para a atmosfera por meio da evapotranspiração.  A floresta não produz água. Árvores apenas reciclam água de chuvas anteriores armazenada no solo. A floresta existe porque chove e não o contrário”, considera Molion.

Para o meteorologista, há um exagero na crítica internacional a respeito do desmatamento da Amazônia, sobretudo pelo desconhecimento sobre a região. “O pessoal lá fora confunde a Amazônia Legal em um território de mais de 5 milhões km², mas que foi estabelecido por lei para fins fiscais e se esquecem que o bioma amazônico é apenas 65% disso. Ninguém está defendendo o desmatamento, mas não há por que fazer toda essa polêmica de dizer que o desmatamento vai chegar a um ponto de não retorno. Isso é falácia, a floresta tem um grande poder de recuperação e o bioma amazônico não está ameaçado, continua intacto, sendo que a área que está sob maior pressão é o sul da Amazônia, a Amazônia Legal”, explica o pesquisador. 

Para os representantes de entidades, as pesquisas de Molion são importantes para defender os interesses da Amazônia. “O Molion é um dos maiores climatologistas do mundo e nós, aqui da Amazônia, precisamos muito da opinião dele. 65% do nosso território é o maior ativo natural do mundo, que é a floresta, e ele, com muita clareza, mostra isso para o mundo. Precisamos dessa ciência séria para defender a nossa Amazônia e o nosso Pará”, diz Carlos Xavier, presidente da FAEPA. “Se nós não mudarmos de rumo, dentro de 30 ou 50 anos, a Amazônia não será mais brasileira. Temos que criar um projeto eficaz para a região e não ceder às pressões internacionais, que impedem nosso desenvolvimento”, completa Clóvis Carneiro, presidente da ACP.

 José Maria Mendonça, vice-presidente da FIEPA e presidente do CIP, diz que as entidades do setor produtivo continuarão discutindo assiduamente as questões ambientais. “Se falam aí fora muitas narrativas totalmente inverídicas e nós queremos discutir conhecimento, verdades sobre o meio ambiente na Amazônia. Acreditamos que o maior agressor do meio ambiente na Amazônia é a miséria e a pobreza. Queremos que nossos jovens se envolvam nessas discussões para que aprendam o que é o meio ambiente e não fiquem lendo notícias falaciosas, que só trazem atraso para a nossa região”, encerra Mendonça.



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