A dança pode fazer parte da vida das pessoas de diferentes formas - como atividade física, momento de lazer e opção de carreira. E essa foi a inspiração para a equipe “Snake Robots”, da Escola SESI Santa Izabel, participante do Torneio SESI de Robótica First Lego League 2024, construir o projeto “Belt Sound”, cinto que utiliza ondas sonoras para pessoas com pouca coordenação motora e pessoas com deficiência auditiva. Segundo o estudante Marcelo Lima, de 11 anos, membro da equipe, o cinto foi pensado para promover a autonomia dos usuários durante apresentações musicais e teatrais.
A ideia se fortaleceu após uma série de pesquisas no município de Santa Izabel e aplicação de questionários e entrevistas com neurologistas, fisioterapeutas, professores de dança e bailarinos, entre eles, Ana Clara Teixeira, de 25 anos e bailarina há 19 anos, que apresentou seus principais desafios durante a prática.
Para ela, a dança significa muito mais que uma profissão, é a sua arte, forma de expressão e terapia e o projeto permite uma nova experiência. “Um surdo sente a vibração da música. A equipe desenvolveu a ideia do cinto e foi genial porque até uma música baixa, dá pra sentir com o cinto”, explica.
O ofício da dança também gerou mudanças pessoais na vida da bailarina como a melhoria na socialização, na autoestima, na coordenação motora e no ritmo. Ela acredita que a proposta surge para oferecer ainda mais autonomia durante a prática. “A criação do cinto foi algo tão bom para as pessoas com deficiência, devido à grande dificuldade em ouvir e compreender a música. Às vezes em uma apresentação de dança, sempre tenho que pedir para aumentar o som, pois quando se torna suficiente para os ouvintes, para mim ainda não era. Então o cinto proporciona, tanto para mim quanto para a comunidade surda, a oportunidade de sentir a música, sentir algo que não faz parte da convivência do surdo”.