Orquestra Sustentável SESI transforma materiais recicláveis em música
- Mayra Leal
- 6 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de out.
Festival SESI Cultura segue até o fim de outubro. Confira a programação

Um mergulho nos sons da floresta: ar, fogo, água e terra, os quatro elementos da natureza representados na sonoridade da Orquestra Sustentável SESI. Sons que vêm de instrumentos tradicionais e outros sustentáveis, criados a partir de materiais reaproveitados. Garrafas, panelas, baldes, vasilhas de plástico, latas de lixo, canos, tampas, potes e outros resíduos viram música na mão das crianças do projeto.
O resultado dessa união entre arte, sustentabilidade e tecnologia pôde ser conferido no show “Elementar – a natureza dos sons”, que ocorreu no último sábado, 4, no Teatro do SESI. A apresentação, que fez parte do Festival Cultura do SESI, contou com a participação especial dos artistas Manoel e Felipe Cordeiro, Andréa Pinheiro, Jade Guilhon e Pelé do Manifesto.
Mais de trinta alunos das Escolas SESI e de escolas públicas do entorno do teatro participaram da apresentação ao lado de músicos experientes e dos artistas convidados. Ana Cláudia Moraes, gerente executiva de Cultura do SESI, destacou que a orquestra é um símbolo do compromisso do SESI com a sustentabilidade, educação e inovação. “Essa união de arte e consciência ambiental é uma iniciativa que estimula nessas crianças e jovens uma nova forma de olhar para o meio ambiente. Pois fazendo essa transformação de materiais recicláveis em instrumentos musicais, se cria uma experiência única de aprendizado. É um projeto que trabalha a cidadania, inspira cidadãos conscientes, criativos e comprometidos com o futuro”, afirmou.
A estudante Clara Matos, 14 anos, foi uma das participantes da Orquestra e fez sua segunda apresentação ao lado do grupo. “A orquestra me abriu muitos caminhos. É um lugar em que eu me sinto muito à vontade para ser quem eu realmente sou. Foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida”, declarou a estudante.
Referência na percussão amazônica, o músico e professor da orquestra, Márcio Jardim foi um dos idealizadores e arranjadores do show. Ele contou que toda a sonoridade do concerto contempla os sons da natureza, o que envolveu um trabalho de pesquisa e experimentação. “Cada elemento da natureza tem uma timbragem diferente. Na terra, a gente trabalha com os tambores amazônicos, os tambores de couro. Na água, a gente vai trabalhar com elementos que emitem o som da água. No fogo a gente vai trabalhar com percussão metálica, como panelas, alguidares de metal, bandejas, lixeiras que estavam quebradas e seriam descartadas e que foram transformadas em instrumentos. O mais difícil para a gente foi tentar achar alguma coisa que remetesse ao som do ar e que ao mesmo tempo não perdesse a sonoridade amazônica. Até que a gente adaptou canos de PVC e inseriu na orquestra”, explicou.
O show teve a participação de Manoel e Felipe Cordeiro, Andréa Pinheiro, Jade Guilhon e Pelé do Manifesto. Foi a segunda vez que Andréa Pinheiro se apresentou ao lado da Orquestra Sustentável SESI, uma parceria que a cantora comemorou. “O Teatro do SESI tem promovido shows memoráveis. Ainda este ano, tive o prazer de cantar no show de 40 anos desta casa, uma produção linda. E agora novamente fui convidada. Sinto-me honrada com o convite e muito grata por poder, mais uma vez, cantar ao lado desses meninos talentosos”, afirmou.
Show faz parte de festival cultural
O Festival SESI Cultura: Amazônia em Cena iniciou em agosto, com programação que reúne música, dança, teatro e debates sobre sustentabilidade. A iniciativa cultural, realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI/PA), foi selecionada pelo Programa Nacional de Cultura, do SESI Nacional. A programação também integra as ações da Jornada COP+, movimento multissetorial liderado pela FIEPA e que tem promovido uma nova agenda econômica, social e ambiental da indústria na Amazônia.
De acordo com a gerente executiva de Cultura do SESI Pará, Ana Cláudia Moraes, o Festival SESI Cultura reforça o compromisso da instituição de fazer da cultura um instrumento de desenvolvimento humano e de construção de um futuro mais sensível, sustentável e inclusivo. “O propósito é aproximar as pessoas da arte, da educação e da cultura, fomentando e promovendo o acesso, o talento e a diversidade artística. O festival também é um espaço de encontro, de aprendizado e transformação social, onde a indústria, a comunidade e os trabalhadores podem vivenciar essas experiências culturais”, afirmou.
A programação do festival segue até o fim de outubro. Na quinta-feira, 9, a cantora Dona Onete fará o show “Bagaceira”. Na ocasião, também será lançado o trailer do filme que conta a história da artista paraense. Nos dias 16, 17 e 18, o Teatro do SESI receberá o espetáculo teatral “Ver de Ver-o-Peso” do Grupo Experiência.
A montagem é inspirada nas histórias e vivências do mais emblemático mercado da capital paraense, o Ver-o-Peso. A programação chega ao fim na quarta-feira, 22, com o Painel “ESG na Cultura – Diálogos sobre Sustentabilidade e Ética”. Os ingressos para o festival podem ser adquiridos pelo Sympla.
Por Mayra Leal.







