FIEPA fortalece presença das indústrias amazônicas no mercado global
- Maria Luiza Martins
- 22 de set.
- 4 min de leitura
Há 27 anos, o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA CIN) atua como ponte entre as empresas paraenses e o comércio global. Criado para apoiar a internacionalização das indústrias da região, o FIEPA CIN se consolidou como um dos principais vetores de inserção dos produtos amazônicos em feiras, rodadas de negócios, missões internacionais e emissão de certificados de origem, ajudando a expandir para o mundo a diversidade e a força econômica da Amazônia.
Segundo Cassandra Lobato, gerente do FIEPA CIN, essa trajetória tem contribuído de forma significativa para a competitividade do Pará no cenário externo. “O CIN já tem 27 anos de atuação na defesa e no apoio das nossas empresas no mercado internacional. Sempre levando os produtos amazônicos para o mundo, sejam manufaturados ou de maior valor agregado, para fortalecer a pauta de exportações, gerar empregos e garantir retornos para a nossa comunidade”, afirma.
Com uma economia fortemente baseada em exportações, o Pará é um dos maiores contribuintes para a balança comercial brasileira. Nesse contexto, o FIEPA CIN funciona como articulador de oportunidades e protagonista na promoção do Estado em diferentes cenários internacionais.
O trabalho vai desde a emissão de certificados de origem até ações de inteligência comercial, que analisam mercados e ajudam as empresas a se prepararem para as exigências internacionais. “Nós conseguimos oferecer não apenas a análise de mercados, mas também acompanhar o comportamento das empresas e apoiar setores que antes não tinham esse tipo de suporte”, explica Cassandra.
Bioeconomia e novos mercados
Entre os marcos da atuação do FIEPA CIN está o pioneirismo no apoio à bioeconomia. Desde 2010, o centro desenvolve consultorias e mentorias para empresas do setor, ajudando na certificação e qualificação de produtos, fundamentais para o acesso ao mercado exterior. O primeiro trabalho ocorreu com a cadeia do açaí, que hoje figura entre os principais itens amazônicos exportados.
A experiência abriu portas para outros segmentos. Cachaça, farinha, chocolate, biocosméticos e bebidas amazônicas ganharam projeção internacional com apoio do CIN. “Isso foi uma virada de chave. Há 15 anos, tínhamos uma demanda diferente de empresas. Agora, com as pautas sociais, ambientais e econômicas em evidência, vimos nascer um novo perfil de negócios, voltados para inovação e responsabilidade socioambiental”, destaca Cassandra.
O chamado “mercado da floresta”, baseado em produtos amazônicos com valor agregado e sustentabilidade, tem despertado crescente interesse global. “É um mercado milionário, competitivo e socialmente justo. Não se trata apenas de entregar o produto, mas de certificá-lo, adequá-lo ao gosto do consumidor e respeitar o vínculo com comunidades locais”, acrescenta.
Inovação, gênero e empreendedorismo
Outro diferencial apontado por Cassandra é a presença marcante de mulheres no comando de empresas que buscam expandir para o exterior. O CIN, atento a esse movimento, apoia iniciativas como o programa “Mulheres Globais”, um convênio entre a Confederação Nacional da Indústria e ApexBrasil, que incentiva empreendedoras a usarem o e-commerce como porta de entrada para o mercado internacional.
“A liderança feminina tem se mostrado destemida e inovadora. Temos visto mulheres empreendedoras amazônicas levarem seus produtos para o mundo com criatividade e responsabilidade”, ressalta.
Nos últimos anos, o CIN ampliou de forma significativa as rodadas de negócios e missões prospectivas, aproximando compradores internacionais das empresas paraenses. Se em 2016 o número de compradores era considerado tímido, hoje já dobrou, ampliando a geração de negócios e parcerias estratégicas.
Esse movimento reforça o papel do FIEPA CIN não apenas na capacitação empresarial, mas também na criação efetiva de oportunidades comerciais.
“É importante preparar, mas também oportunizar negócios. As nossas empresas precisam gerar negócios para crescer e completar o ciclo do desenvolvimento”.
- Cassandra Lobato, gerente do FIEPA CIN
Amazônia em destaque no mundo
Cassandra destaca que a atuação do CIN também tem um forte componente de valorização regional. Para ela, o Norte ainda é pouco observado pelo restante do país, mas a projeção internacional vem mudando esse cenário. “Ter uma entidade da Amazônia, que trabalha pela Amazônia, é fundamental. Fazemos a articulação com compradores internacionais que talvez nunca olhassem para a nossa região se não fosse esse esforço. Isso abre portas e alavanca ainda mais as nossas empresas”, conclui.
Além das ações estratégicas, o impacto do FIEPA CIN pode ser observado na trajetória de empresas parceiras. É o caso da empreendedora Daniela Cunha, que iniciou suas atividades em 2023 e, desde então, mantém parceria ativa com o CIN.
Por meio do Centro, Daniela participou de rodadas de negócios internacionais, cursos sobre precificação, estratégias de marketing e comerciais, além do programa Mulheres Globais no E-commerce, em parceria com a ApexBrasil. Ela também foi apresentada a serviços essenciais, como Correios Exporta Mais e Certificado de Origem, que contribuem para o fortalecimento de sua marca.
Sobre a relevância, Daniela reforça o papel do FIEPA CIN como facilitador, mentor e articulador do crescimento das empresas paraenses no cenário internacional, consolidando a importância de políticas de apoio à exportação e à bioeconomia amazônica.
“O FIEPA CIN auxilia na estruturação da empresa para internacionalização e, posteriormente, aos negócios durante as jornadas; apoia minha preparação como sócia e para os vendedores internacionais; facilita o networking entre parceiros; e agrega valor e credibilidade à minha marca, com certificação de origem, por exemplo.”
