Fórum de Excelência da Jornada COP+ reconhece soluções sustentáveis da indústria da Amazônia
- Mayra Leal
- há 4 dias
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Promovido pela Jornada COP+, movimento multissetorial liderado pela Federação, o fórum reunirá nove projetos da indústria da Amazônia que estão contribuindo para a descarbonização da região.

Iniciativas inovadoras, sustentáveis, e que geram impacto positivo na economia da Amazônia serão reconhecidas no Fórum de Excelência Industrial Sustentável, evento paralelo à COP30, que será realizado na tarde de 13 de novembro (quinta-feira), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). Promovido pela Jornada COP+, movimento multissetorial liderado pela Federação, o fórum reunirá nove projetos da indústria da Amazônia que estão contribuindo para a descarbonização da região.
As iniciativas foram selecionadas pelo Edital de Cases da Jornada COP+ e serão apresentadas para um público formado por representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidentes de federações das indústrias de vários estados do Brasil, e autoridades nacionais e internacionais. O evento será a partir das 13h30, no Auditório Albano Franco, com inscrições abertas ao público pelo site da FIEPA.
Ao todo, 76 soluções foram inscritas no edital e, após análise de comissão formada por especialistas do Conselho Curador da Jornada COP+ e integrantes do Sistema FIEPA, foram selecionados os projetos com maior capacidade de inovar, gerar impactos reais na região e inspirar outras empresas. Serão apresentados no Fórum os projetos que conquistaram o primeiro lugar em cada categoria. Os demais vencedores receberão certificado de excelência concedido pela Jornada COP+. Todos os inscritos irão compor a Vitrine de Cases da Indústria Sustentável, publicação digital com o resumo de todos os projetos. “Com a seleção, podemos dar visibilidade às boas práticas e projetos que têm dado certo na Amazônia, além de inspirar outras indústrias a replicarem essas boas práticas, que precisam reverberar”, destaca Alex Carvalho, presidente da FIEPA e da Jornada COP+.
Durante o Fórum de Excelência, também serão apresentadas as “Diretrizes para uma Indústria de Baixo Carbono”, que consiste em dez recomendações para uma nova agenda ambiental, social e econômica na Amazônia brasileira, formuladas pelos comitês da Jornada COP+; além dos próximos passos do movimento até 2030. “Enquanto setor produtivo, sabemos da nossa responsabilidade em propor soluções concretas, baseadas na descarbonização, na sociobioeconomia, e em um modelo de desenvolvimento que combine crescimento econômico, inclusão social e conservação ambiental”, explica o presidente.
Conheça as soluções contempladas pelo edital
Na categoria “Gestão Pública”, o vencedor foi o projeto “Água para Todos – Segurança Hídrica e Resiliência Climática na Ilha do Combu”, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas-PA). Implantado na Área de Proteção Ambiental (APA) da ilha do Combu, na Região Metropolitana de Belém, o projeto se destacou por levar água potável, dignidade e qualidade de vida a mais de 1.200 moradores do Combu, por meio de soluções baseadas na natureza e tecnologias sociais adaptadas à realidade ribeirinha amazônica.

O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, enfatizou o caráter transformador e colaborativo da iniciativa. “O ‘Água para Todos’ é um exemplo concreto de que é possível aliar tecnologia social, justiça hídrica e sustentabilidade ambiental. Garantir água potável na Amazônia é garantir dignidade e resiliência para quem vive e protege esse território. Esse reconhecimento reforça que o Pará está no caminho certo ao construir políticas públicas com soluções baseadas na natureza e centradas nas pessoas”, afirmou.
A startup Amazon Rhiira foi a vencedora na Categoria Especial “Setores Intensivos em Carbono”, com o projeto “Tecnologia Verde para Descarbonização de Veículos Automotores”. O dispositivo patenteado da empresa paraense reduz em até 96% a emissão de carbono negro e foi projetado para uso em veículos terrestres e aquáticos, unindo inovação tecnológica e compromisso ambiental. “Representar o Pará e a Amazônia em um edital tão estratégico como a Jornada COP+ mostra que temos, sim, capacidade de inovar com sustentabilidade. A tecnologia da Amazon Rhiira nasceu para proteger o meio ambiente e transformar a maneira como lidamos com emissões de carbono”, ressaltou a empreendedora Tatiana Yamamoto.
Na categoria “Parcerias e Cadeias de Valor Sustentáveis”, o vencedor foi o “Projeto Boiteca” da TRC Agroflorestal Ltda., iniciativa que industrializa a madeira de teca em Santa Maria das Barreiras, no sudoeste do Pará. O projeto integra o cultivo da madeira à produção pecuária na região, contribuindo diretamente para a criação de empregos, geração de renda e fortalecimento da bioeconomia regional. “O Projeto Boiteca simboliza a integração entre pecuária, floresta e indústria sob uma perspectiva de desenvolvimento sustentável e de baixo carbono. Esse reconhecimento reforça o papel da TRC como referência na produção responsável de teca na Amazônia, e demonstra que é possível alinhar eficiência produtiva, geração de valor e conservação ambiental”, destacou Fausto Takizawa, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Relações Institucionais da TRC.

De acordo com o diretor, a visão da empresa é de uma cadeia de valor florestal integrada, capaz de remover carbono, agregar valor à madeira tropical plantada, reduzir a pressão sobre florestas nativas aliadas a uma pecuária mais sustentável. “Este prêmio é um incentivo a seguir inovando e ampliando o alcance desse modelo sustentável”, conclui Takizawa.
A categoria também reconheceu em 2° lugar a empresa Barcalat Chocolates, empresa de pequeno porte que tem o propósito de valorizar o cacau e os saberes locais como caminhos de preservação e geração de impacto positivo. “Ser reconhecidos pela Jornada COP+ é uma grande conquista para nós. Esse reconhecimento reforça que o trabalho de fortalecer comunidades e transformar ingredientes da floresta em produtos de valor global é essencial para o futuro da bioeconomia amazônica.”, afirmou Yasmin Cantuária, cofundadora da Barcalat Chocolates.
E em 3°, o “Programa de Proteção de reservas florestais e monitoramento da biodiversidade” da Agropalma S.A. De acordo com o diretor de Sustentabilidade da Agropalma, Tulio Dias Brito, o reconhecimento valida o compromisso que a empresa assumiu há mais de 20 anos com a ação climática. “Nossos programas de proteção de florestas e de monitoramento da biodiversidade não nasceram de uma demanda recente do mercado – são resultado da premissa do nosso negócio com base na sustentabilidade. A perenidade das nossas operações depende do ecossistema ao redor. O desenvolvimento econômico e a floresta em pé não são opostos, mas complementares na bioeconomia amazônica”, destacou.
Na categoria “Energias Renováveis e Eficiência Energética”, o 1° lugar foi para o projeto “Biogás e Transição Energética na Amazônia”, da Guamá Tratamento de Resíduos. Para o diretor de Negócios da Guamá na Região Norte, Reginaldo Bezerra, o reconhecimento reforça o compromisso da empresa com a inovação e a sustentabilidade. “Esse projeto representa um marco não apenas para a Guamá, mas para toda a sociedade, ao transformar o biogás gerado pelos resíduos em energia limpa. É a prova de que é possível unir desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental, contribuindo de forma concreta para a descarbonização da Amazônia e para um futuro mais sustentável”, destacou. O 2° lugar foi conquistado pelo projeto “Eficiência energética e aproveitamento de resíduos de processamento de madeira” da EBATA Produtos Florestais; e o 3° pela solução “Enfornamento a quente de tarugos na Laminação I” da SINOBRAS.
Já na categoria “Economia Circular e Gestão de Resíduos Sólidos”, os projetos contemplados foram: “Transformando resíduos em florestas” da Mineração Paragominas S.A (1° lugar); “Masterplan de Resíduos Sólidos”, da Norsk Hydro Brasil (2° lugar); e o projeto “CicloChain: Integração Sustentável de Cadeias Produtivas”, liderado pela MLX Confecções Indústria e Comércio Eireli (3° lugar). Para Priscilla Vieira, CEO da MLX Confecções, o reconhecimento representa um passo simbólico rumo à indústria que o Pará quer projetar para o mundo. “O CicloChain é a prova de que a Amazônia pode liderar a transformação para uma economia circular global. É fruto da união de empresas que acreditam na inovação com propósito, que enxergam o resíduo como um novo recurso e a tecnologia como ferramenta de transparência e impacto positivo. Participar da Jornada COP+ e estar entre os premiados nos motiva a seguir investindo em pesquisa, parcerias e práticas circulares. Acreditamos que a Amazônia pode ser referência mundial em soluções sustentáveis e estamos comprometidos em fazer parte dessa construção”, afirmou.
Na categoria “Inovação Tecnológica para Diminuição de Emissões de GEE”, os projetos contemplados foram: “PRO Carbono”, da Bayer (1° lugar); “Reabilitação de alta precisão maximizando resultados e minimizando os custos” da Mineração Paragominas S.A (2° lugar) e “Web Sustentável: Redução de CO₂ em Sites e Valorização ESG” da startup Web Aplicações (3° lugar).
O “Web sustentável” é uma iniciativa que transforma sites comuns em versões de baixo carbono, reduzindo até 95% das emissões de CO₂ por visita e mostrando que é possível construir uma internet mais verde, eficiente e responsável com o clima. “Receber esse reconhecimento da Jornada COP+ é muito significativo para nós da Web Aplicações. Somos uma startup amazônica que acredita que a tecnologia pode e deve ter um papel ativo na transição para uma economia de baixo carbono. Estar entre os três melhores cases da Amazônia, ao lado de grandes empresas como Vale, Hydro e Bayer, mostra que a inovação também nasce em pequenos negócios comprometidos com grandes propósitos”, destacou Marcos Vinicios de Campos Melo, Founder & CEO da Web Aplicações.
Na categoria especial “Bioeconomia Amazônica”, o 1° lugar foi conquistado pelo projeto “Bioeconomia: agricultura, inovação e sustentabilidade na cadeia produtiva do óleo de palma” da Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (ABRAPALMA). Já o 2° ficou com o projeto “Chocolates Indígenas do Médio Xingu”, da Norte Energia S.A. Para a diretora de Comercialização, Regulação, Socioambiental e Sustentabilidade da Norte Energia, Sílvia Cabral, o reconhecimento reforça a relevância das ações da empresas voltadas para a sustentabilidade e valorização da bioeconomia. “O projeto Chocolates Indígenas do Médio Xingu mostra que é possível manter a floresta em pé e desenvolver ações de geração de renda. Esse resultado reflete o compromisso da empresa com a região onde a Usina Hidrelétrica Belo Monte está instalada”, afirma.
O 3° lugar da categoria ficou com o projeto “Sustenta.bio”, uma aliança pelo fortalecimento da sociobioeconomia em áreas protegidas promovida pela Vale. A empresa também foi reconhecida na categoria “Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável”, na qual conquistou os três primeiros lugares, com os projetos “Meta Florestal 2030”; “AMAZ Impact Accelerator” e “Jornada Amazônia Platform”, respectivamente; e na categoria “Transformação de Processos Industriais”, com o projeto “Mega Hubs” que alcançou o 1° lugar.
Para a diretora de Soluções Baseadas na Natureza da Vale, Patrícia Daros, o reconhecimento demonstra o caminho que a empresa vem atuando, com soluções inovadoras e impactos positivos para as comunidades “Acreditamos que as soluções baseadas na natureza são essenciais para garantir um futuro mais sustentável para a Amazônia. Por meio do Fundo Vale, reforçamos nosso compromisso com o desenvolvimento da região e a conservação da floresta, investindo em iniciativas que promovem a restauração ambiental e valorizam a economia da floresta em pé. Seguimos construindo alianças e parcerias para impulsionar a bioeconomia, pois entendemos a importância do setor privado como agente nesse processo.”, ressalta.
Na mesma categoria “Transformação de Processos Industriais”, também foi reconhecido em 2° lugar o projeto “Geração de vapor sustentável através da combustão do caroço de açaí”, da CERPA Cervejaria Paraense S.A.
Serviço: Fórum de Excelência Industrial Sustentável
Data: 13 de novembro (quinta-feira)
Hora: A partir de 13h30
Local: Auditório Albano Franco, Tv. Quintino Bocaiúva, 1588 – Nazaré, Belém – PA, 66035-190, Brasil
Inscrições: https://www.fiepa.org.br/event-details/foru







