Inovação e competitividade pautam encontro no Observatório da Indústria do Pará

A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) realizou, no dia 23 de setembro, um encontro no Observatório da Indústria do Pará que reuniu empresários, especialistas e representantes de instituições nacionais para discutir inovação, competitividade e proteção das marcas e produtos paraenses. O evento marcou mais um passo no fortalecimento de parcerias estratégicas que buscam posicionar o Estado como protagonista no desenvolvimento da Amazônia.

A abertura foi conduzida por Thais Haber, assessora de inovação do Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM) e advogada responsável pela coordenação do Núcleo Estadual de Inovação da FIEPA. Ela destacou a relevância da iniciativa e a parceria com a Fundação de Tecnologia Industrial.

“A apresentação do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) é um passo essencial quando falamos em competitividade da indústria. Esse indicador pode se tornar uma ferramenta estratégica, capaz de subsidiar políticas públicas e orientar os caminhos que devemos seguir. Este é o primeiro evento realizado em parceria com o INPI, e já temos outras agendas previstas para este e o próximo ano”, afirmou.

Em seguida, Felipe Freitas, gerente do Observatório da Indústria, apresentou dados que reforçam a importância do Pará no cenário regional e nacional. Ele lembrou que o Estado concentra 46% da população da Região Norte e responde por 40% do PIB da região, sendo a indústria responsável por quase R$ 67 bilhões, 48,5% de toda a atividade industrial nortista.

Apesar dos números expressivos, Freitas ressaltou que ainda há grandes desafios sociais. “Entre os dez municípios com os piores índices de desenvolvimento do Brasil, quatro estão no Pará. Nosso trabalho vai além da produtividade industrial, buscamos transformar desempenho econômico em impactos positivos para a sociedade. O Observatório nasceu com esse compromisso, estruturado para promover um modelo de gestão que tem a bioeconomia como eixo central”, destacou.

Na sequência, Luís Henrique Campos, da Assessoria de Assuntos Econômicos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), apresentou o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), com foco nos indicadores do Pará. Ele reforçou a importância da utilização dos dados como ferramenta de planejamento estratégico e apontou caminhos para fortalecer a inovação no Estado.

Já Elton Barbosa, representante da Diretoria de Marcas do INPI, destacou a atuação dos Centros de Combate à Pirataria e a relevância da proteção às indicações geográficas do Pará. “A proteção das marcas e produtos é fundamental não apenas para assegurar a identidade regional, mas também para combater a pirataria, que compromete a geração de empregos e a arrecadação de recursos públicos”.

O diretor do ISI-TM, Adriano Lucheta, também reforçou a importância da parceria entre instituições paraenses e nacionais, e chamou atenção para a necessidade de aprimorar a formalização dos dados. “Queremos ver o Pará subindo nesse ranking, e para isso é fundamental avançar em ações de conscientização e letramento em conjunto com universidades e órgãos responsáveis. Muitas vezes, a falta de informações declaradas prejudica a posição do Estado”, observou.

Lucheta ainda destacou exemplos de ações inovadoras conduzidas pelo SENAI, como a conversão de equipamentos apreendidos, a exemplo das chamadas TV Box, em computadores destinados a escolas públicas, e a transformação de camisas falsificadas em bolsas e acessórios pelo Polo de Moda.

“Essas ações mostram que é possível dar um destino produtivo a materiais ilegais, unindo combate à pirataria, responsabilidade social e economia circular. O impacto da pirataria vai muito além de um produto falsificado: trata-se de perda de empregos, redução de arrecadação e prejuízo direto ao desenvolvimento social”, completou o diretor do ISI-TM.