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Joias da Amazônia: mulheres da floresta transformam natureza em arte

Atualizado: 24 de jul.


Neuciane Pereira  produz joias com a fibra do tucumã / Foto: Arthur Corrêa
Neuciane Pereira produz joias com a fibra do tucumã / Foto: Arthur Corrêa

Às margens do Rio Arapiuns, na Comunidade Coroca, região oeste do Pará, cerca de 150 mulheres produzem arte a partir da natureza. A principal matéria-prima: a palha do tucumã. São os Trançados dos Arapiuns, artesanatos reconhecidos pela beleza e forma sustentável de produção.


Neuciane Pereira é uma dessas artesãs. Ela participa de todas as etapas do processo de criação das peças, desde a coleta até o acabamento. “A gente faz a extração da palmeira e depois passa pela secagem e pigmentação natural, que é feita com tudo que a gente encontra na comunidade: folhas, raízes. Esse tingimento passa por um cozimento, colocamos a folha até obter o tom desejado. Depois disso, vem a seleção das fibras”, explica.


As fibras se transformam em cestos, fruteiras, mandalas, luminárias e biojoias, em um trabalho coletivo e familiar. A tradição acompanha a família de Neuciane há gerações. “Todas as mulheres da minha família, minha mãe, minhas irmãs, estão envolvidas. A gente sempre busca inovar, criando novos produtos com a palha do tucumã”, destaca.


Foi essa produção que levou Neuciane a ser uma das selecionadas para o projeto Joias da Amazônia, realizado pelo Instituto Elabora Social, com patrocínio da Hydro e apoio do Sistema FIEPA (Federação das Indústrias do Estado do Pará) e da Jornada COP+, iniciativa que impulsiona a transição justa na Amazônia brasileira.


Ao todo, são dezesseis mulheres de vários lugares do Pará, vindas da Região Metropolitana de Belém, Marajó e oeste do estado. Entre elas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas. Durante uma semana, elas participaram de uma imersão criativa e técnica no SENAI Getúlio Vargas, em Belém, para desenvolver uma coleção que valoriza a identidade amazônica.


A coleção de biojoias será lançada durante a COP30, em novembro deste ano, no prédio histórico que está sendo restaurado pelo Sistema FIEPA, no centro de Belém. “As Joias da Amazônia são as mulheres empreendedoras que, com saberes tradicionais e a nossa riquíssima biodiversidade, agregam valor às suas criações. São conexões que podem transformar suas vidas e levar esses saberes ao reconhecimento global”, afirma Alex Carvalho, presidente da FIEPA e da Jornada COP+.


Biodiversidade e tradição compõem as peças

Todo o trabalho utiliza matérias-primas da Amazônia, como sementes e fibras vegetais, escamas de peixe, cerâmica regional, borracha, palha de tucumã, ouriços, madeira e pó de mandioca. As joias da coleção também serão constituídas por sucata de alumínio, fornecida pela Hydro. Materiais como latinhas de refrigerante se tornarão joias com a expertise e criatividade das artesãs.


O látex é o material utilizado nas criações da Luciene Farias. Moradora da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, a artesã transforma borracha em joias, em um trabalho conjunto com outras sete mulheres, três delas indígenas. “A gente risca a seringueira, colhe o látex e prepara para o artesanato. Depois de pronto, a gente tinge ele na cor que a gente quiser e pinta as peças, usando a criatividade”, explica.

Luciene Farias produz joias a partir do látex / Foto: Keynnes Lobo
Luciene Farias produz joias a partir do látex / Foto: Keynnes Lobo

Além do látex, suas criações incorporam folhas de parreira, cacau e roseira — elementos naturais que conferem acabamento e identidade às peças. “Dá vontade de continuar cada vez mais. Melhor do que ganhar dinheiro é ver alguém valorizando o seu trabalho, usando o que você fez”, afirma. O ateliê de Luciene se chama Canto da Sereia, uma homenagem a uma lenda local. “Minha avó contava que, quando os pescadores ouviam o canto da sereia, era hora de voltar para casa. Até hoje fico me perguntando como será esse canto”, relembra.


Projeto incentiva a autonomia por meio da geração de renda

O projeto Joias da Amazônia também tem como foco a geração de renda e autonomia feminina, propósito que se conecta com outras ações do Sistema FIEPA. “Esse projeto fala primeiramente sobre mulheres e sobre mulheres na Amazônia. É uma enorme satisfação recebê-lo aqui no SENAI, onde já desenvolvemos ações com mulheres na confecção, modelagem e empregabilidade”, afirma Clarisse Chagas, gerente do Polo de Moda do SENAI Pará e líder do Comitê de Mulheres e Povos Tradicionais da Jornada COP+.


Clarisse destaca ainda o impacto estrutural da iniciativa: “É um projeto que vai além da COP30. Deixa um legado de inovação e resgate de ancestralidade no território amazônico”. O trabalho também está alinhado ao Comitê de Mulheres e Povos Tradicionais da Jornada COP+. “A gente vê a Jornada COP+ sendo materializada, saindo do papel e vindo para a sociedade como um vetor de transformação social, econômica e materialização da criatividade amazônica que essas mulheres carregam também”, ressalta.

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Toda a renda obtida com a venda das peças será destinada às artesãs. E o projeto é só o começo: o Instituto Elabora Social planeja implantar uma escola de joalheria na região, nos moldes do que já existe no Rio de Janeiro. “A ideia é trazer para cá essa estrutura, onde elas possam ter aulas de cravação, de gemologia, de empreendedorismo, de fundição, metalurgia, para que elas possam sair formadas como ourives. A gente não está falando de um projeto assistencialista. O Instituto é um projeto que ajuda a realizar sonhos e que incentiva essas mulheres a terem uma carreira promissora, porque toda mulher tem o direito de brilhar”, afirma Nathalie Kuperman, fundadora do Elabora Social.



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