ZPE de Barcarena é apresentada oficialmente pelo governo estadual em evento na FIEPA
- marialuiza9513
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Imagem: Arthur Corrêa / Comunicação FIEPA
O Governo do Pará oficializou, nesta quarta-feira (10), a apresentação da nova implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Barcarena, em cerimônia realizada no Auditório Albano Franco, na Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). O projeto marca um passo decisivo na política industrial e na estratégia de desenvolvimento sustentável do Estado.
Após mais de três décadas de impasses, o projeto foi retomado em 2019, com um novo plano de negócios, atualizando o plano industrial, com a definição de uma empresa-âncora, reestruturando a governança e conduzindo todas as etapas necessárias para a reabilitação federal da proposta. Em novembro, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) publicou a aprovação que viabiliza, pela primeira vez, a instalação e a efetiva operação de uma ZPE no Pará.
O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, destacou que a ZPE representa um divisor de águas para o desenvolvimento industrial do Estado. “Isso representa um marco, uma verdadeira retomada. Somos um Estado essencialmente exportador, e é contraditório continuarmos importando tantos produtos enquanto deixamos de agregar valor às nossas riquezas. Nossa indústria é a principal força da pauta exportadora, mas existe um universo de oportunidades em fármacos, cosméticos e produtos do cotidiano. Precisamos fortalecer os encadeamentos produtivos”, declarou.
Para o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Lutfala Bitar, a nova ZPE cumpre um papel estratégico no enfrentamento das desigualdades regionais. “A Amazônia ocupa dois terços do território nacional, mas participa com apenas 9% do PIB brasileiro. Temos dois Brasis: um rico e outro pobre. Temos a responsabilidade de atrair indústrias que possam verticalizar nossa imensa produção extrativista”, declarou.
O diretor-presidente da Companhia de Gás do Pará, Flexa Ribeiro, defendeu a industrialização dos recursos paraenses e reforçou que a ZPE resgata uma agenda histórica. “Lutamos para verticalizar nossas riquezas e deixar de exportar tudo de forma primária. Esse modelo não deixa quase nada de valor para melhorar a qualidade de vida da população”, avaliou.
O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Paulo Bengtson, celebrou o momento econômico vivido pelo Estado, ressaltando que o cenário atual demonstra maturidade na política de atração de investimentos. “Somos o Estado que mais gerou empregos no Brasil no ano passado, e neste ano já foram abertas mais de 50 mil vagas formais no Pará. Aquilo que antes parecia uma ilusão se tornou realidade. O Pará tem condições de crescer economicamente, preservando o meio ambiente e fazendo transição energética”, concluiu.
Novo ciclo industrial
A expectativa é que o empreendimento estimule novos investimentos, fortaleça a integração logística do território e consolide Barcarena como um dos principais hubs industriais e exportadores da Amazônia.
Localizada no Distrito Industrial de Barcarena, a ZPE ocupa 3,5 milhões de metros quadrados ao longo da PA-483 (Alça Viária), dos quais 2,2 milhões serão destinados a operações industriais, armazéns, pátios de contêineres, balanças de alta precisão, estruturas da Receita Federal, órgãos sanitários e áreas operacionais da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec).
O complexo foi projetado para oferecer logística integrada, como portuária, rodoviária e fluvial, com previsão futura de conexão ferroviária, além de priorizar setores de alto valor agregado, como transformação mineral, bioindústria, biotecnologia, eletroeletrônicos, logística, alimentos e produtos da biodiversidade amazônica.



