Presidente da Petrobras fala sobre exploração de petróleo na Margem Equatorial
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que está na cidade participando das programações da Cúpula da Amazônia, atendeu ao convite da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e reuniu nesta segunda-feira, 07/08, com empresários e representantes do setor produtivo do Estado, no Hotel Princesa Louçã, em Belém. Na pauta, as perspectivas da companhia sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, quase três meses depois do Ibama negar a licença para o início das perfurações no Amapá, etapa importante para confirmar o potencial da reserva e para o prosseguimento do processo exploratório na região.
Considerada o ‘novo pré-sal brasileiro’ como uma nova fronteira energética nacional em águas profundas e ultraprofundas, a Margem Equatorial tem a probabilidade de produzir um volume de 30 bilhões de barris de petróleo. Segundo o presidente da Petrobras, em maio, quando a licença foi negada pelo Ibama, com a anuência do Ministério do Meio Ambiente, a companhia preferiu evitar o debate público e priorizar o diálogo com a sociedade.
“Nós temos um profundo respeito pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo IBAMA, que é um órgão licenciador, porque entendemos que licença socioambiental significa pedir licença à sociedade para se fazer um projeto, um empreendimento que vá impactar a vida das pessoas. Então, pedir licença significa dialogar, compensar e entender os que estão no entorno de um projeto, precisam e atender suas necessidades imediatas e futuras”, afirmou.
Em seu pronunciamento durante o evento, Prates avaliou que as exigências do IBAMA serão favoráveis e importantes para a construção de uma nova forma de produzir petróleo. “Nós, que somos a única empresa estatal que sobrou do setor energético, fora Itaipu, temos o dever de dialogar, receber as exigências, cumprir as exigências e produzir o petróleo mais descarbonizado mais cuidado com o meio ambiente, que será o petróleo produzido pelos próximos 50 anos”.
Na ocasião, Prates comparou a Margem Equatorial à exploração na reserva de Ucuru, descoberta em 1986 em Coari, cerca de 650 quilômetros de Manaus. “Tivemos, a exploração do Amazonas, que era muito mais complexa e não teve essa discussão da forma que é, e hoje nós temos barcaças que trafegam com óleo todos os dias no Rio Amazonas, e isso seria muito mais arriscado do que na foz do litoral do Amapá, que fica a mais de 170 Km de costa do Amapá e a mais de 580 quilômetros da Foz do Amazonas”.
“Então, esse é um diálogo técnico, exigências do Ibama que são muito bem-vindas para o processo, que vão construir uma nova forma de produzir petróleo, e que nós vamos ter que trazer para a humanidade, porque o petróleo que a humanidade ainda vai consumir nos próximos 50 anos, será um petróleo cuja exigência de conteúdo ambiental e de cuidados será muito maior do que a anterior”, analisou.
Para o gestor, a reposição de reservas deve assegurar que as compensações, royalties, bônus, participações governamentais, impostos e a receita gerada para estados e municípios, sejam direcionadas para a preservação ambiental, para o conforto das populações originárias, para projetos de infraestrutura e de conexão das regiões, sempre com foco na preservação do futuro.