Fórum de Governadores destaca transição justa e preparativos para a COP30
- Mayra Leal
- 13 de ago
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Atualizado: 16 de out
"Um dos temas mais importantes que vamos abordar na COP30 se chama transição justa", destacou André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30, durante a XVII Reunião do Fórum Nacional de Governadores, nesta quarta-feira, 13, em Belém. O evento realizado no Parque da Cidade, espaço que será a sede da conferência, reuniu chefes de 22 estados brasileiros em torno da definição de estratégias e dos preparativos para a Conferência das Nações Unidas, que será realizada em novembro na capital paraense.
A transição justa é, inclusive, o mote da Jornada COP+, movimento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) que está construindo uma nova agenda ambiental, econômica e social para a Amazônia brasileira a partir do setor produtivo. O engajamento de todos os setores em torno da pauta climática também foi destacado pelo presidente da COP. Ao resgatar o histórico da conferência, Corrêa do Lago evidenciou que apesar da Conferência das Partes ter como foco a negociação entre os países signatários do Acordo de Paris, a COP não é apenas dos governos, ela também é um evento da sociedade civil, ONGs, academia e das empresas. “O setor privado encontra na COP os elementos para as suas ações”, afirmou o embaixador.
Por ter sede no Brasil e na Amazônia, a COP30 tem sido chamada de COP das Florestas, por isso, de acordo com Corrêa do Lago, o evento também servirá para mostrar o valor extraordinário da floresta. Entre os debates importantes da conferência e que também fazem parte da Jornada, estão a transição energética e a bioeconomia, setores em que o Brasil já exerce um protagonismo. “Temos que assegurar que seja uma agenda de desenvolvimento e que traga qualidade de vida para as pessoas”, destacou Corrêa do Lago. O discurso está alinhado à carta divulgada pela presidência na última terça-feira, 13, que fez o convite de trazer as pessoas para o centro da COP30.
Durante o Fórum, o Governador do Pará Helder Barbalho detalhou as ações que estão sendo realizadas para a realização do evento, como a qualificação da mão de obra e o fortalecimento da rede hoteleira. De acordo com o governador, todas as delegações dos países signatários do Acordo de Paris estão com a hospedagem garantida. Ao todo, são 2.320 quartos apenas para estes grupos. “Todos os países terão o mesmo acesso e garantia de participação”, afirmou Helder.
A programação oficial das Nações Unidas prevê a cúpula nos dias 6 e 7 de novembro, em Belém. Logo após, haverá a chegada de novos grupos para a programação que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro, quando ocorrem as negociações finais e a formulação do manifesto com o legado da conferência. Para o governador do Pará, a realização da COP na região coloca luz na realidade da Amazônia e promove uma agenda de desenvolvimento sustentável. “Temos agora a oportunidade de fazer um grande encontro e um programa de trabalho na Amazônia, dentro da floresta, com todas as suas singularidades. É claro que, junto com o privilégio, vêm também os desafios: a Amazônia enfrenta problemas sociais, urbanos e de governança. Queremos mostrar que quem defende responsabilidades ambientais também deve proteger os mais vulneráveis e buscar soluções sociais. Não há justiça ambiental sem justiça social”, defendeu Helder.
Para o governador, é o momento do Brasil se tornar referência em ações de sustentabilidade e a indústria tem papel relevante nesse processo. “É necessário construir soluções para o desenvolvimento social e integral, combinando soluções econômicas e ambientais para nossa região, garantindo que nossa indústria possa se beneficiar de energias renováveis e gerar valor agregado para o mundo”, pontuou.
Texto de Mayra Leal.
