Materiais piratas apreendidos pela Receita Federal ganham nova vida e viram destaque em exposição do SENAI

Peças de vestuário e calçados apreendidos pela Receita Federal e destinados ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Pará) ganharam nova vida e foram destaque em uma exposição realizada nesta terça-feira (21/10), em Belém. O trabalho apresentado é resultado do curso “Técnicas de Upcycling”, que reaproveitou materiais apreendidos e os transformou em novos produtos com maior valor agregado, dentro da lógica da economia circular, que estimula o reaproveitamento contínuo de recursos e a redução do desperdício.

Durante o curso, os alunos aplicaram técnicas de corte, costura, bordado, personalização e design sustentável para reaproveitar aproximadamente 100 quilos de roupas e calçados, que originalmente seriam incinerados a um custo de R$ 19,00 por quilo.

Os materiais passaram por processos de descaracterização e upcycling, sendo convertidos em matérias-primas e novos produtos voltados aos segmentos do vestuário e da construção civil. O resultado foi a criação de 160 novas peças e acessórios, entre nécessaires, bolsas, mochilas, capas para mala, encostos de pescoço, estojos e porta-sandálias — todos produzidos com propósito sustentável e impacto social positivo.

Para o diretor regional do SENAI Pará, Dário Lemos, a iniciativa é um exemplo de como a educação profissional pode gerar transformação real na sociedade. “Esse trabalho vai muito além de dar um novo destino a materiais apreendidos. Ele mostra o poder da formação profissional para transformar não apenas objetos, mas também pessoas”, destacou. “Ver nossos alunos aplicando o que aprenderam para criar soluções sustentáveis, com o apoio de parceiros como a Receita Federal, é motivo de grande orgulho. Essa união entre instituições, empresas e comunidade é o que gera desenvolvimento de verdade e dá sentido à missão do SENAI.”

A superintendente da Receita Federal na 2ª Região Fiscal, Altair de Fátima, reforçou o impacto ambiental e social positivo da parceria.“ Antes dessa iniciativa, a única destinação possível para mercadorias apreendidas era a destruição. Isso gerava custo e desperdício, além de impacto ambiental. Hoje, com parcerias como essa, conseguimos transformar o problema em oportunidade”, explicou. “Esses produtos, que seriam descartados, agora voltam à sociedade de forma legal e útil — em forma de bolsas, mochilas e até componentes de construção civil. É um ciclo que beneficia o meio ambiente, estimula a economia circular e ainda alcança pessoas em situação de vulnerabilidade, que passam a ter acesso a esses itens de forma digna.”