Setor industrial e Instituto Rever firmam parceria para ampliar ações sustentáveis no Pará
- Maria Luiza Martins
- 1 de jul.
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O Instituto Rever, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e o Centro das Indústrias do Pará (CIP) assinaram um protocolo de intenções para impulsionar ações de sustentabilidade na região amazônica, com foco no Pará. O objetivo da parceria é fortalecer práticas como a economia circular, a reciclagem e a logística reversa, que ajudam a dar uma destinação correta aos resíduos sólidos, especialmente embalagens de vidro, plástico, papel, aço e alumínio.
A partir do acordo assinado no dia 18 de junho, na sede da Federação, em Belém, o Instituto também passará a integrar o Comitê de Economia Circular da Jornada COP+, iniciativa coordenada pela FIEPA para criar, em conjunto com empresas e parceiros, uma nova agenda ambiental, econômica e social voltada ao desenvolvimento sustentável da indústria amazônica. A ação faz parte da preparação do setor industrial para a COP30, que será realizada em Belém em 2025.
A cooperação prevê ações conjuntas entre as indústrias, o poder público, cooperativas e catadores para a elaboração de planos de trabalho que envolvam diagnostico da logística reversa na região para a identificação de desafios e oportunidades; realização de eventos que incentivem a coleta, triagem e destinação correta de embalagens, com vistas à inclusão socioeconômica de catadores e cooperativas; além da mobilização de parceiros para ampliar redes de apoio, com foco na transparência, diálogo e cooperação.
Segundo o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPA, Deryck Martins, o acordo vai ajudar a indústria paraense a compreender melhor a importância da logística reversa e a agir de forma mais concreta. “Queremos que as empresas compreendam e assumam a responsabilidade na destinação adequada de seus resíduos, fomentando a indústria da reciclagem no Pará, que ainda é incipiente, e reduzindo o passivo ambiental e gerando empregos verdes”, afirmou.
O diretor executivo do Instituto Rever, Ricardo Pazzianotto, destacou que o Pará não possui uma legislação específica para a logística reversa de embalagens. “Temos que pensar em preservar o meio ambiente, especialmente quando falamos da Amazônia. Muitas dessas embalagens acabam em lixões, ou o que é pior, na natureza. Agora em 2025, Belém será sede da COP30, evento de fundamental importância para discutir as mudanças climáticas do planeta. O Brasil, e o Pará, têm muito a contribuir com essa discussão, e a FIEPA tem um papel importantíssimo nesse processo, pois junto com o CIP, representam a indústria do Pará”, avalia o diretor do Instituto Rever.
Para o presidente da FIEPA, Alex Carvalho, a parceria é mais um resultado de ações concretas propostas pela federação, no contexto da Jornada COP+. “Temos trabalhado intensamente para agregar parceiros estratégicos que compartilhem do nosso propósito de criar alternativas e soluções voltadas para uma transição econômica que passa pela transformação do processo produtivo industrial, para que se torne mais sustentável e resulte em uma indústria cada vez mais comprometida com o futuro”, afirma o presidente da FIEPA.
Segundo Pazzianotto, a legislação nacional exige que as empresas compensem pelo menos 30% das embalagens que colocam no mercado, adquirindo créditos de reciclagem gerados por cooperativas de catadores. “Representamos mais de 900 empresas que já praticam a logística reversa. Queremos compartilhar toda essa experiência e conhecimento e assim construir um plano de trabalho que contenha objetivos claros, metas, ações, responsabilidades, prazos, para que projetos sejam desenvolvidos no estado Pará, quem sabe antes mesmo da COP30”, conclui o diretor do Instituto Rever.
Sobre o instituto Rever
Criado em 2020, o Instituto Rever é uma entidade sem fins lucrativos habilitada pelo Ministério do Meio Ambiente como gestora do sistema coletivo de logística reversa. Formado por mais de 50 entidades da indústria, atua em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Decreto Federal nº 11.413/2023, apoiando empresas no cumprimento das obrigações legais nos diferentes elos da cadeia produtiva. Apoiador da FIESP, o Instituto consolida um modelo de atuação coletiva que amplia a presença da indústria na logística reversa em todo o país.
Conheça aqui algumas experiências do Instituto Rever na indústria:
Boituva Cidade Sustentável
O Instituto Rever desenvolve, em parceria com a Cervejaria Petrópolis, o projeto “Boituva Cidade Sustentável”, no município de Boituva (SP). A iniciativa envolve a Prefeitura, a Secretaria de Educação e a Secretaria de Meio Ambiente, com o objetivo de levar educação ambiental às escolas da rede municipal. A partir desse trabalho, a cooperativa local passou a realizar a coleta dos resíduos levados pelos estudantes, gerando uma fonte adicional de renda para os catadores.
Havaianas Reciclo
A Alpargatas, fabricante das sandálias Havaianas, adota a economia circular em todas as etapas de seus processos produtivos. Por meio do programa “Havaianas Reciclo”, a empresa recolhe os chinelos descartados após o uso, os chamados resíduos pós-consumo, e os reintegra à cadeia produtiva. A iniciativa envolve coleta seletiva, triagem, pesquisa, inovação e o desenvolvimento de novos produtos a partir da borracha reciclada, fortalecendo o compromisso com a sustentabilidade.
Niltex
A Niltex é uma startup premiada nacional e internacionalmente pelo desenvolvimento de um recipiente para a coleta seletiva de resíduos sólidos, com compartimentos divididos por tipo de material. Produzido com material reciclado e biodegradável, o recipiente cresce em volume conforme recebe os resíduos, e suas cores facilitam a identificação para o descarte correto. O projeto é precedido por ações de educação ambiental voltadas à população. Saiba mais em: www.niltex.com.br.
Yattó Transforma
O programa “Yattó Transforma” promove a circularidade de resíduos de baixa reciclabilidade, como materiais que geralmente seriam destinados a lixões ou descartados na natureza. A iniciativa funciona como uma solução sistêmica e colaborativa, fortalecendo o mercado da reciclagem e gerando renda extra para cooperativas de catadores e catadoras.