Indústria da Amazônia em destaque no estande da CNI, na COP30
- marialuiza9513
- 11 de nov.
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A Federação das Indústrias do Estado do Pará e a Jornada COP+, movimento liderado pela federação, seguem em destaque na Blue Zone (Zona Azul), palco oficial das negociações da 30° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Presente no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a federação participou da abertura oficial do espaço, onde também realizou painel sobre energias renováveis na Amazônia, nesta terça-feira, 11.
O estande da CNI é o espaço das programações e ações do setor produtivo brasileiro para a COP30 na Blue Zone. O espaço foi oficialmente aberto nesta terça-feira, com a presença de líderes da indústria brasileira. O presidente da CNI, Ricardo Alban, falou da satisfação de estar em Belém para a COP30, debatendo temas tão relevantes para o Brasil e para o mundo.
"O Brasil não pode desperdiçar oportunidades que estão se apresentando a regiões que precisam de desenvolvimento social. A Margem Equatorial é uma possibilidade para reduzir essas desigualdades, e precisa ser feito de forma técnica, com possibilidade de diálogo", destacou Ricardo Alban.
Alex Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará e da Jornada COP+, destacou o potencial da indústria da Amazônia na liderança para uma economia mais verde.

“Precisamos levar para o mundo o que temos de melhor, temos uma bioeconomia diante de nós dispersa e pouco impactante, mas que, com infraestrutura adequada, tem condições de ganhar escalabilidade, com produtos que vão trazer satisfação extrema aos consumidores globais”, afirmou Carvalho.
Carvalho também ressaltou o potencial brasileiro para uma transição justa. “Nos colocam sempre como aquele país do amanhã, mas não se faz uma nação pensando no amanhã. Precisamos de um país que pense e planeje. Nós temos vantagem e maturidade suficiente para liderar uma agenda de desenvolvimento socioeconômico, ambientalmente correto e sustentável. Precisamos pensar que o Brasil é um só, não existe mais espaço para colonialismo, neocolonialismo, ou segregação entre nós mesmos. Está diante de nós a oportunidade. Estamos muito ansiosos e esperançosos de que a COP abra uma cortina e uma janela para um novo Brasil”, concluiu o presidente da FIEPA.
Ricardo Mussa, chair da Sustainable Business COP30, a SB COP, destacou o que é a SB COP, iniciativa da CNI que levou para a Conferência da ONU as prioridades do setor privado na discussão climática. A iniciativa concentra as recomendações de mais de 60 países e mais de 30 instituições e setores que representam mais de 40 milhões de empresas do mundo inteiro. “É a primeira vez que o setor privado tem uma representatividade tão grande e a ideia agora é conseguir influenciar tanto na negociação e principalmente através do exemplo. As empresas estão apresentando aqui em Belém grandes casos de sucesso. Então, eu acho que hoje a gente está aqui sendo uma vitrine de para o mundo ver o que dá para ser feito”, afirmou Mussa.

A abertura também contou com a participação de Dan Ioschpe, Champion da COP30 e Isabel Itikawa, presidente da Federação das Indústrias de Roraima e da Ação Pró-Amazônia, que destacou o lançamento da agenda prioritária da Ação Pró-Amazônia durante a COP. “Essa agenda foi feita em parceria com a CNI e foi construída tendo como base seis pilares: financiamento, tributação, infraestrutura energética, transporte e meio ambiente. Temos a expectativa de que os pleitos que aqui estão sendo colocados saiam do papel para de fato vermos o potencial do setor produtivo da nossa Amazônia ocupar o lugar de destaque que ele merece”, afirmou.
Painel Energias Renováveis: desafios e oportunidades para a Amazônia

Durante esta terça-feira, 11, a FIEPA também realizou o “Painel Energias Renováveis: desafios e oportunidades para a Amazônia”. O painel discutiu como a transição energética e os investimentos em fontes renováveis podem impulsionar a sustentabilidade no Brasil, explorando o desenvolvimento de infraestrutura para energias renováveis na Amazônia. O debate também enfatizou como a geração de energia solar e eólica pode atender comunidades isoladas e abordou políticas públicas e financiamento para energia sustentável no país.
A programação teve como painelistas: Isabela Morbach, Diretora da CCS Brasil e sócia da área de Energia e Descarbonização do Costa Rodrigues Advogados. Doutora em Planejamento Energético pela USP, Isabela também é presidente do Instituto Bem da Amazônia; e Marcelo Moreno, Diretor de Licenciamento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará, que destacou as políticas estaduais de incentivo à energia limpa no Pará. O debate foi moderado por Ana Carolina Alves, Diretora de Relacionamento Institucional da Vale. “A gente falou dos desafios da região amazônica, as oportunidades do setor privado e do público, a necessidade de uma governança, a segurança para o empreendedor e também a visão de futuro, o que a gente tá enxergando para além de 2030 em relação à matriz energética”, resumiu a diretora.
Blue Zone
A participação da FIEPA na Blue Zone continua na próxima semana. Na quarta-feira, 19, a Federação estará presente no estande Business Finland, com o painel “Mulheres Globais” às 11h; e no Pavilhão Brasil, às 13h45 com o painel “A rastreabilidade como pilar para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, realizado pela Jornada COP+. Também haverá programação na quinta-feira, 20, com três painéis no estande da CNI: “A importância da Descarbonização na Indústria da Amazônia”, às 10h; “Economia de Baixo Carbono: Caminhos para uma Amazônia Sustentável” às 11h; e “A Jornada da COP e o Caminho para uma Economia de Baixo Carbono”, às 12h.
Presença na Green Zone
A Jornada COP+ também será apresentada no Pavilhão Pará, principal espaço de representação na Green Zone (Zona Verde) da Conferência. O movimento estará presente com os painéis “Jornada COP+ e indústria, rumo a uma nova agenda econômica, social e ambiental na Amazônia Brasileira”, nesta quarta-feira, 12; e "Bioeconomia e Transição Energética Justa: O Potencial da Biomassa na Descarbonização da Indústria Amazônica", na sexta–feira, 14. As programações apresentarão os resultados e estratégias do movimento, evidenciando avanços em transição energética, rastreabilidade das cadeias produtivas, atração de investimentos verdes e valorização do protagonismo de mulheres e povos tradicionais.






