Parcerias fomentam reciclagem e economia circular
- Maria Luiza Martins
- 22 de set.
- 3 min de leitura

Em um contexto de emergência climática que afeta diretamente a vida e a economia global, a sustentabilidade consolida-se como uma tendência central e uma poderosa alavanca para a transformação dos modelos de produção. Neste cenário, a Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) está redefinindo o papel do setor produtivo na construção de um futuro mais equilibrado, por meio de iniciativas em parceria com empresas e instituições. São projetos que incluem trocas de conhecimento, educação ambiental, economia circular, destinação correta de resíduos e reciclagem, entre outras ações.
A entidade combina esforços estratégicos com diversas instituições, incluindo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Universidade Federal do Pará (UFPA) e organizações do terceiro setor, atuantes nas áreas de bioeconomia, economia circular, floresta e biodiversidade, dentre outros, além da própria rede das federações de indústrias.
Um exemplo dessa atuação em rede é a parceria com o Instituto Rever, entidade gestora sem fins lucrativos criada pela indústria para estruturar a logística reversa de embalagens, e o Centro das Indústrias do Pará (CIP). Um protocolo de intenções foi assinado entre eles, visando impulsionar ações de sustentabilidade na região Amazônica.
De acordo com Ricardo Pazzianotto, diretor executivo do Instituto, a colaboração com a FIEPA é estratégica para conectar a iniciativa diretamente ao setor industrial paraense. "A FIEPA tem o papel de engajar seus sindicatos e empresas, abrir caminhos institucionais e apoiar a criação de um ecossistema sustentável. Dessa forma, conseguimos transformar um desafio — a destinação correta de resíduos - em uma oportunidade de inclusão social, geração de renda e fortalecimento da economia circular no estado", explica Pazzianotto.
Ricardo ressalta a importância dessa união de forças, especialmente na Amazônia. "A indústria é corresponsável pela gestão das embalagens que coloca no mercado. Ao unir forças, mobilizamos recursos, estruturamos cadeias de reciclagem e criamos impacto social positivo, dando protagonismo às cooperativas de catadores", afirma.
Resíduos viram descontos na conta de energia elétrica

Outra frente de atuação prática é a parceria com a Equatorial Pará no projeto E+ Reciclagem, que transforma resíduos em descontos na conta de energia e apoia instituições de caridade. A iniciativa funciona da seguinte maneira: o cliente leva materiais recicláveis limpos e separados a um posto de coleta e recebe um bônus que é abatido diretamente em sua fatura, podendo também optar por doar o valor a entidades cadastradas. Atualmente, os postos de coleta estão presentes em cidades como Belém, Ananindeua, Castanhal, Altamira e Santarém. Um dos postos de Belém, inclusive, funciona na sede da FIEPA.
Para Pricila Hinvaitt, analista de eficiência energética da Equatorial e responsável pelo projeto, a parceria com a Federação é uma multiplicadora de conscientização. "Com esse apoio, conseguimos ampliar o alcance das ações, envolvendo mais empresas, trabalhadores e comunidades. Isso fortalece o engajamento e transforma a reciclagem em um hábito", afirma.
Os benefícios vão além da economia financeira. O projeto promove educação ambiental, fortalece a coleta seletiva e garante a destinação correta dos materiais por meio de cooperativas e indústrias parceiras, fomentando a economia circular. Um diferencial social importante é a campanha de arrecadação de potes de vidro para o Banco de Leite da Santa Casa, que, embora não gere desconto, une solidariedade e sustentabilidade, garantindo o armazenamento seguro de leite materno para recém-nascidos.
Desde seu início, o E+ Reciclagem já coletou mais de 30 mil toneladas de materiais, resultando na economia de mais de 140 mil MWh de energia e na redução de mais de 105 mil toneladas de CO₂, comprovando o impacto positivo da iniciativa.
O Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPA também desempenha um papel fundamental nessa rede, prestando assessoria às indústrias paraenses por meio de disseminação de boas práticas, articulação institucional e apoio técnico para adequação de normas ambientais. Esse apoio é fundamental para superar desafios como os custos iniciais elevados de ações sustentáveis e desafios logísticos para reciclagem e captação de energia renovável na região Norte.
“A indústria tem um papel fundamental na promoção da sustentabilidade, pois concentra significativos recursos e capacidade tecnológica para impactar positivamente o meio ambiente e as comunidades”, afirma Deryck Martins, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPA.
Conheça os pilares da sustentabilidade na FIEPA:
ESG
Gestão Ambiental e Combate do Desmatamento Ilegal
Economia Circular
Descarbonização
Advocacy Ambiental
Eficiência e Inovação na Gestão Industrial
Educação e Conscientização Ambiental
“Esses pilares posicionam a FIEPA como um agente estratégico de transição para uma economia sustentável. A estratégia de sustentabilidade é guiada por uma visão moderna e integrada, abordando aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) com o objetivo final de promover uma economia de baixo carbono.”
- Deryck Martins, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPA.






