Participantes de hackathon apresentam ideias sustentáveis para a construção
- Mayra Leal
- 12 de mai.
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Começou nesta segunda-feira, 12, o 1° Hackathon da Jornada COP+. Até o dia 15 de maio, estudantes e profissionais estarão imersos na dinâmica que busca soluções sustentáveis para a construção na Amazônia. As melhores ideias receberão prêmios de até R$20 mil.
A programação realizada no SENAI Getúlio Vargas, em Belém, iniciou com a explicação sobre o formato do hackathon. De acordo com o facilitador da atividade, o professor Caio Fanha, a palavra hackathon vem da junção de hack, solução inovadora, e athon, maratona. “Ou seja, uma maratona para procurar soluções, nesse caso para construções sustentáveis”, explicou.

O evento teve palestra de abertura com o arquiteto e urbanista Roberto Lecomte, que apresentou o potencial da madeira para construções ecológicas. Lecomte destacou que a matéria-prima pode ser um elemento central nas construções do futuro, especialmente na região amazônica. Para o palestrante, o uso da madeira não apenas contribui para o meio ambiente, como também pode servir de inspiração para os participantes ao propor soluções inovadoras e mais eficientes. "A madeira é o único material de construção renovável. Estamos na Amazônia, região rica em madeira. Ela tem características únicas, como beleza, bem-estar e a possibilidade de construções em peças, que favorecem a industrialização e racionalização do processo, reduzindo o desperdício", afirmou.

Participando pela primeira vez de um Hackathon, o engenheiro civil Alexandre Brito celebrou a oportunidade de finalmente vivenciar uma dinâmica que sempre desejou experimentar. “Eu sempre sonhei em participar de um Hackathon, mas nunca tive a oportunidade. Desta vez tive a sorte de o evento acontecer perto de casa. Além da proximidade, o que me motivou foi a possibilidade de conhecer ideias diferentes dentro da construção civil, que é uma área em constante transformação. Aqui tem engenheiro com 25 anos de experiência, com pós-graduação. O conhecimento e as conexões que a gente faz aqui valem mais do que o próprio prêmio”, destacou.
Já a estudante Gabrielle Brito conhecia o formato e já havia competido e ganhado um hackathon. No da Jornada COP+, espera vivenciar uma experiência diferente. “A principal diferença é o público, aqui tem uma pegada mais da construção e também vai ter treinamento de pitch que vai ser legal, dá pra ver que é um formato que vai dar certo”, destacou Gabrielle.
Soluções sustentáveis
No primeiro dia de atividades, os participantes apresentaram ideias para sustentabilidade na construção. As ideias foram votadas e sete escolhidas para serem desenvolvidas. Foram selecionados projetos sobre materiais de construção baseados em rejeitos de mineração, fachadas bioativas, concretos com caroço de açaí, bioverniz, uso de metodologia de modelagem de informação da construção aplicada em construções sustentáveis, sistemas construtivos híbridos e telhados inteligentes. Os participantes formaram grupos de trabalho em torno das ideias, receberam mentoria de especialistas e avançaram na construção das soluções.

Eles seguirão trabalhando no desenvolvimento dos projetos até o dia 15 de maio, quando as soluções passarão por avaliação de banca especializada e as três mais promissoras serão premiadas com o valor de R$ 20 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil. Ao longo desses dias, a programação também terá formações: um workshop de pitch, apresentação curta e direta voltada para vendas, e de Project Model Canvas (PM Canvas), que será ministrado pelo inventor da metodologia referência na gestão de projetos, o professor José Finocchio Júnior. O inventor do PM Canvas ensinará aos participantes como aplicar a ferramenta nas ideias inovadoras pensadas durante o evento.
Realização
O Hackathon é realizado pela Jornada COP+, movimento de construção de uma nova agenda social, ambiental e econômica para a Amazônia brasileira. Para a vice presidente da iniciativa, Marcella Novaes, a proposta é construir soluções que realmente possam ser implementadas no setor da construção. "É importante a gente sair do nosso ambiente acadêmico, profissional para pensar ideias inovadoras. Esses momentos de reflexão e construção são muito importantes para a Jornada. Falar de construção sustentável no ano que a COP que vai ser sediada na nossa cidade é fundamental. Tenho certeza que as ideias que surgirão aqui serão ideias que vamos conseguir ver implementadas na nossa cidade”, afirmou.
A programação foi construída pelo Instituto SENAI de Inovação (ISI). “O Instituto SENAI de Inovação é a maior cadeia de inovação do Brasil. E no hackathon vamos trabalhar com inovações, com ideias e isso é transformador. Trouxemos o que tem de melhor para que possamos ter resultados incríveis, com soluções que o mundo precisa”, destacou Dário Lemos, diretor regional do SENAI Pará e superintendente do SESI Pará.

O 1° Hackathon da Jornada COP+ tem realização da FIEPA, CNI e Instituto Amazônia+21. A programação tem patrocínio master da Vale e premium da Guamá Tratamento de Resíduos. O evento é apoiado pela Ação Pró-Amazônia, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Câmara Brasileira da Indústria da Construção, SENAI, SESI, Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará.