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Setor industrial aposta na educação para transformar a realidade de comunidades no Pará

Setor industrial aposta na educação para transformar a realidade de comunidades no Pará

Setor industrial aposta na educação para transformar a realidade de comunidades no Pará

Para muitos, a educação pode representar a única chance de melhorar de vida, desenvolver uma profissão e realizar sonhos. A educação e a qualidade do ensino também estão diretamente relacionadas ao crescimento econômico e desenvolvimento do país. Entretanto, de acordo com o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, o Brasil precisa superar gargalos que ainda representam barreiras à competitividade da indústria brasileira, sendo um deles, o de acesso à educação de qualidade. Para oferecer novas oportunidades às comunidades locais, algumas indústrias e empresas do Pará têm direcionado investimentos em ações sociais voltadas à educação e capacitação profissional para crianças, jovens e adultos nos seus territórios de atuação.

Quem desde cedo viu nos programas de acesso à educação uma motivação para transformar a comunidade foi Jeferson dos Santos, químico de 36 anos, natural do Boa Vista, primeiro território quilombola do município de Oriximiná titulado no Brasil. Para ele, a educação tem o poder de transformar, então ele fez o ensino médio, por meio do Programa de Apoio ao Ensino Básico (PAEB), e ingressou na universidade. Em seguida, contou com a bolsa do Programa de Apoio ao Ensino Superior (PAES), para manter os estudos. “Foi a educação que me trouxe as oportunidades. Sempre sonhei em mudar minha história e das pessoas que estavam no meu entorno. Um sonho que nasceu com a educação e com os projetos sociais. Quero ser referência para aquele meu conterrâneo que deseja transformar sua vida com a educação”, afirma Jeferson, hoje gerente do departamento de Relações Comunitárias da MRN, empresa que mantém os dois programas que o ajudaram a traçar sua carreira.

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Oriunda de uma outra comunidade quilombola, a de Jambuaçu, no município de Moju, Jaqueline Malcher faz o curso de operador de máquinas escavadeiras e agora sonha com uma oportunidade no mercado de trabalho. “É uma experiência nova, uma coisa que eu pensei que não fosse capaz de fazer. Achei muito incrível manipular a máquina e está sendo gratificante. Esse curso, não só para mim, mas para todos que estão participando, está fazendo a diferença, todos têm esperança de conseguir um emprego”, comenta a estudante. 

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Jaqueline é um dos cerca de 60 moradores das comunidades quilombolas do Jambuaçu e Juquiri, no Moju, que participam de cursos de operador de máquinas (escavadeira e munk, respectivamente), porteiro, vigilante e assistente administrativo, que fazem parte do Programa de Capacitação Profissional, oferecido pela Hydro, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A ação vem beneficiando comunidades próximas ao mineroduto da empresa em Moju, assim como nos municípios paraenses de Abaetetuba e Ipixuna do Pará. O objetivo é contribuir para gerar emprego e renda na região e oportunidade de inserção no mercado de trabalho. “Enxergamos esta iniciativa como uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento das comunidades quilombolas do Pará, e por meio do SENAI é possível chegar às comunidades contempladas pelo programa”, comenta Fadwa Mohamadieh, gerente sênior de Responsabilidade Social da Hydro.

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Na Alubar, multinacional brasileira que é a maior fabricante de cabos elétricos de alumínio da América Latina e a maior produtora de vergalhões de alumínio do continente, o Programa Jovem Aprendiz possui um diferencial que fortalece o vínculo entre a empresa e a comunidade por meio da educação e da oportunidade profissional. Desde 2016, uma parte das 27 vagas é destinada a pessoas oriundas do Projeto Padrinho Cidadão, medida criada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT 8) para afastar adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social do trabalho infantil. Os participantes do programa têm a oportunidade de aprender uma formação técnica pelo SENAI Pará, além da experiência prática na fábrica da Alubar em Barcarena - sendo uma forma saudável e legal de ingresso no mercado de trabalho.

Jucilene Tavares, de 22 anos, é uma das novas aprendizes da Alubar. Contratada em abril, ela está nos primeiros meses do curso de Assistente Administrativo no SENAI e aguarda o início das atividades práticas. “É a primeira vez que tenho a oportunidade de trabalhar de carteira assinada. Tem sido uma experiência nova e de muito aprendizado pra mim. Já concluí o Ensino Médio e espero que ao final do contrato eu consiga um emprego fixo e continuar buscando conhecimento na área de administração”, conta a jovem moradora de Barcarena.

Na indústria – A escolaridade ajuda o profissional a obter melhores salários no mercado. Na indústria, por exemplo, um trabalhador que concluiu o Ensino Médio ganha uma faixa salarial média de R$ 2.380, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para um trabalhador que concluiu o Ensino Superior, o valor médio é de R$ 7.652.

Segundo Nayana Silva, psicóloga do Instituto Euvaldo Lodi que atua no recrutamento e seleção para estágio e emprego, a educação oferece um suporte indispensável para garantir oportunidades futuras melhores e mais positivas de crescimento pessoal e profissional. “O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, buscando profissionais que tenham qualidades que vão além do conhecimento técnico na função. Hoje, o leque de exigências é muito amplo e avalia desde a capacidade de resolver problemas, de se comunicar com clareza e outros conhecimentos que são aprendidos desde os anos iniciais de nossas vidas, e a escola tem um papel fundamental nessa construção”, analisa Nayana.

Em todo o Brasil, o Serviço Social da Indústria (SESI) investe em uma educação diferenciada, que já prepara o estudante para o futuro profissional. A Rede SESI de Educação é a maior rede privada de educação e a única da América Latina com material didático autoral, construído de maneira colaborativa com os educadores. “Temos uma proposta curricular inovadora voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades complexas como o raciocínio lógico e crítico e a capacidade de pensar, aprender e propor inovações para o desenvolvimento da sociedade onde estamos inseridos. Por meio do STEAM os estudantes se aproximam das áreas de ciências, engenharia, tecnologia, artes/design e matemática e têm mais clareza sobre o futuro que desejam seguir e trabalhar”, detalha Márcia Arguelles, gerente executiva de Educação do SESI Pará.

Em 10 escolas espalhadas pelo Estado e com mais de 11 mil estudantes matriculados, o SESI atua na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, além de turmas da Nova Educação de Jovens e Adultos (EJA), modelo voltado para pessoas que não concluíram a Educação Básica. Diferentemente dos modelos antigos de aprendizagem, nas escolas SESI os estudantes aprendem por meio da robótica e com o suporte de ferramentas tecnológicas, e nas turmas de EJA o SESI utiliza uma metodologia própria premiada internacionalmente chamada de Reconhecimento de Saberes, que se apropria de todos os conhecimentos obtidos pela pessoa ao longo da vida. “Dessa forma eles conseguem agilizar a conclusão das áreas do conhecimento e finalizar a Educação Básica, ficando aptos para ingressar no mercado de trabalho, buscando novas oportunidades de melhoria de vida”, explica a gerente.

Segundo Davis Siqueira, gerente executivo de Educação Profissional do SENAI Pará, para desenvolver as capacitações, a entidade conta com ferramentas educacionais inovadoras. “Para auxiliar nossos instrutores e alunos, lançamos mão de plataformas como a Google for Education, Estante Virtual de Livros Didáticos, simuladores, aplicativos de realidade aumentada, entre outros. E mesmo no formato EAD, as qualificações priorizam a prática, isto é, o aluno aprende a distância com a mesma qualidade do presencial”, destaca Siqueira. 

No Pará, o SENAI atua com 14 unidades fixas e 15 unidades móveis, ofertando mais de 200 opções de cursos, pagos e gratuitos, com foco em 20 grandes áreas da indústria, em modalidades que vão da iniciação profissional ao aperfeiçoamento de carreira. Também oferta mais de 150 opções de cursos a distância em diversas áreas do conhecimento.



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