Descarbonização na Amazônia: O modelo de desenvolvimento da Hydro
- Mayra Leal
- 13 de jun.
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A Hydro, líder global em alumínio e energias renováveis, desempenha um papel importante na economia do Pará, estado brasileiro rico em recursos naturais e que consolida seu papel de palco de importantes debates sobre desenvolvimento sustentável. A empresa atua em toda a cadeia produtiva do alumínio na região, desde a extração da bauxita até a produção do metal e a extrusão, gerando cerca de 7 mil empregos diretos no Brasil e impulsionando o desenvolvimento de competências em setores como construção, indústria automotiva e embalagens.
No contexto de uma operação tão robusta, a energia se torna um fator determinante para os custos operacionais e é um elemento central para a competitividade e sustentabilidade da Hydro. “Queremos liderar o processo de transição justa, acelerando o caminho para um desenvolvimento socioeconômico inclusivo e de baixas emissões na Amazônia. A energia limpa é um pilar essencial para desenvolver o setor de forma sustentável e contribuir com o território onde operamos”, comenta Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil.
Consciente dos desafios de operar na Amazônia, a Hydro integra setores da sociedade e da economia, planejando uma gestão inteligente do território. A empresa investe em tecnologias e práticas para minimizar o impacto ambiental, como a restauração de áreas mineradas, o uso de mineroduto para o transporte de bauxita e a busca por energias renováveis.
"Vamos executar nosso plano de descarbonização e contribuir para uma transição positiva e justa para o meio ambiente, ao mesmo tempo em que influenciamos o mercado em direção a um alumínio mais sustentável", complementa Baranov.
A Hydro tem inserido as pautas ESG na estratégia da companhia e investido fortemente em iniciativas de descarbonização no Brasil, com participação em investimentos da ordem de R$ 8,8 bilhões aplicados em descarbonização, reflorestamento e energias renováveis nos últimos dois anos.
A empresa mantém rígidos padrões de controle, monitoramento e prevenção para minimizar a pegada de carbono e preservar a biodiversidade, com investimentos contínuos em pesquisa, reflorestamento, reaproveitamento de água e reuso de resíduos de bauxita. A meta global da Hydro é reduzir as emissões de CO2 em 30% até 2030 e alcançar emissões líquidas zero até 2050, e as operações brasileiras têm um papel estratégico nessa jornada.
Um exemplo concreto desse compromisso está na Alunorte, a maior refinaria de alumina em planta única do mundo, que completará 30 anos de operação em 2025. Um ano após a implementação do gás natural, a Alunorte reduziu suas emissões de CO2 em 700 mil toneladas por ano, resultado de um investimento de R$ 1,3 bilhão em infraestruturas, sistemas de segurança e operação.
"A Hydro se comprometeu em reduzir suas emissões e tem se tornado uma referência global. A descarbonização é uma prioridade e já é realidade na Hydro. Para descarbonizar uma indústria como a Alunorte, é necessário investimento financeiro e tecnológico, mas, acima de tudo, exige compromisso na transformação das operações na busca do carbono zero", comenta Carlos Neves, vice-presidente sênior e COO da Hydro Bauxita & Alumina.
Além do gás natural, a Alunorte introduziu três caldeiras elétricas que substituíram o carvão e são responsáveis por uma redução nas emissões de até 550 mil toneladas de CO2 anualmente. Para a operação desses equipamentos, a refinaria investe em parques de geração de energia renovável, como o complexo de energia solar de Mendubim e o complexo eólico Ventos de São Zacarias.
A implantação do gás natural e as três caldeiras elétricas, junto a outras iniciativas de eficiência energética são responsáveis por uma redução estimada de 35% nas emissões de CO2 da Alunorte em 2025, o que equivale a cerca de 1,4 milhão de toneladas de carbono em relação à referência de emissões de 2017. A autoprodução de energia, por exemplo, permite à indústria reduzir custos e se alinhar com as práticas de sustentabilidade, minimizando a pegada de carbono e garantindo um futuro mais verde.
Além de suas iniciativas de descarbonização pautadas em novas tecnologias e inovação, a Hydro demonstra um forte compromisso com as comunidades locais através do Fundo Hydro. Criado em 2019, o Fundo planeja investir R$ 100 milhões ao longo de uma década para impulsionar projetos desenvolvidos pelas e para as comunidades. A base para esses projetos são as demandas territoriais, identificadas e definidas por meio de processos transparentes e de ampla participação social.
Essa abordagem já transformou a vida de mais de 100 mil pessoas, promovendo avanços em educação, trabalho e renda, além de fomentar o desenvolvimento econômico e social e fortalecer organizações sociais. A Hydro busca o diálogo e a ação coletiva com suas partes interessadas, reforçando parcerias com as comunidades locais e investindo em programas de voluntariado.
"Com a chegada da COP 30 nesse ano em Belém, temos um momento importantíssimo para o Brasil e para o mundo. Na Hydro, sabemos da relevância das discussões globais sobre meio ambiente e sustentabilidade e estamos participando ativamente, buscando soluções inovadoras. Queremos compartilhar o que aprendemos e trabalhar para que esse evento seja um sucesso e deixe um legado positivo para a Amazônia e o planeta", finaliza Baranov.
A atuação da Hydro no Pará configura-se como um modelo que demonstra que a indústria pode integrar a sustentabilidade como valor central, construindo um legado positivo para as futuras gerações e provando que o progresso econômico e a responsabilidade socioambiental podem e devem caminhar juntos.