Evento em parceria com a Jornada COP+ discute tecnologias para desafios ambientais na Amazônia
- Mayra Leal
- há 2 dias
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Soluções tecnológicas voltadas para os desafios ambientais foram o foco do evento "Encontro sobre Inovação – CanopiX e Comitê de Transformação Digital e Inovação", que ocorreu nesta quinta-feira, 2, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA). Promovido pelo Projeto CanopiX, em parceria com o Comitê de Transformação Digital e Inovação da Jornada COP+, movimento multissetorial realizado pela FIEPA, o evento reuniu especialistas nacionais e internacionais, representantes da academia, de empresas, do setor público e da sociedade civil, além de parceiros estratégicos como a FINEP e a Resonance.
Adriano Lucheta, diretor do Instituto Senai de Inovação e líder do Comitê Técnico de Transformação Digital e Inovação da Jornada COP+, destacou a necessidade de aliar tecnologia, inovação e sustentabilidade na região. "Este evento busca garantir que as indústrias cumpram seu papel dentro de suas metas e objetivos de sustentabilidade. A inovação deve ser aberta, feita por muitas mãos e de forma complementar. Portanto, essa iniciativa de criar o hub, reunindo universidades, institutos privados, empresas e vários stakeholders do ecossistema de inovação amazônico, é essencial para unir forças e gerar impacto nas ações", afirmou.
O projeto CanopiX integra ciência, inovação e empreendedorismo, buscando proporcionar uma abordagem mais precisa e eficaz na preservação ambiental, ao mesmo tempo em que abre espaço para novos modelos de desenvolvimento sustentável. Criado como um hub global de inovação, o projeto integra dados de observação da Terra, biodiversidade e computação avançada para gerar modelos que representem as complexidades da Amazônia.
Pierre Duquesne, CEO da Prime Space-as-a-Service e da CanopiX, enfatizou a importância dessa iniciativa e da parceria com a Jornada COP+. "Tudo começou com conversas impulsionadas pela movimentação da COP, que nos motivou a refletir sobre como podemos reagir para mudar o cenário atual. O que podemos fazer para transformar essa realidade? Essa é uma pergunta que deve ser feita por todos, independentemente da sua área de atuação científica. O impacto ainda é pequeno e modesto, mas precisamos trabalhar juntos, por isso chamamos de abordagem multissetorial para um novo paradigma de valor das florestas na Amazônia", destacou Duquesne.
O evento contou com três sessões de debate, reunindo os especialistas Laurent Polidori (UFPA), José Matheus Viveiros, José Matheus Viveiros da BioFlore, Daniel Santos (Oratech), Carlos Souza (Imazon), Pierre Duquesne da Prime Space-as-a-Service e Alex Challans, CEO da Resonance.
Os especialistas abordaram inovações disruptivas para as florestas tropicais, destacando como as novas tecnologias de observação da Terra, inteligência artificial e coleta de dados em campo estão ampliando as possibilidades de monitoramento, desde a digitalização de áreas úmidas até a previsão de riscos de desmatamento e incêndios. Também foi discutida a infraestrutura necessária para sustentar ecossistemas de inovação, apresentando as perspectivas abertas pelo uso da computação avançada e quântica, além de iniciativas de empreendedorismo e inovação aplicadas às florestas tropicais, mostrando como a ciência de ponta e as deeptechs podem se articular ao Forest Finance para acelerar a bioeconomia e os serviços baseados na natureza.
As metodologias propostas pelo CanopiX permitem calcular estoques de carbono, detectar riscos de incêndios florestais, orientar a restauração de áreas degradadas e subsidiar políticas públicas e decisões privadas com maior transparência. Um dos destaques do evento foi a apresentação da tecnologia Gêmeos Digitais (Digital Twins), que propõe a criação de gêmeos digitais de alta fidelidade das florestas. A inovação visa expandir a compreensão dos ecossistemas florestais, ao mesmo tempo em que cria novas oportunidades de financiamento e conservação.
