Mulheres da indústria paraense destacam protagonismo feminino e comércio sustentável na Blue Zone da COP30
- marialuiza9513
- 19 de nov.
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Belém viveu, nesta quarta-feira (19), mais um dia de intensa programação na Blue Zone da COP30. No estande da Finlândia, um painel dedicado à interseção entre gênero e comércio sustentável colocou em evidência a força das empreendedoras amazônicas e o papel decisivo da liderança feminina na construção de uma transição justa, inclusiva e ambientalmente responsável. Representando a indústria paraense, participaram Ana Lídia Zoni, fundadora da Hidromel Uruçun da Amazônia, e Daniela Cunha, da Quri Natural Beauty, ambas integrantes do programa Mulheres Globais (Global Women), iniciativa conduzida pela CNI e ApexBrasil. A mediação ficou a cargo de Cassandra Lobato, gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEPA (CIN).
O debate discutiu como mulheres à frente de empresas comprometidas com inovação, inclusão e responsabilidade climática têm ampliado fronteiras comerciais e contribuído para um desenvolvimento econômico mais equitativo. Para Cassandra, a oportunidade simboliza o resultado de um trabalho contínuo de preparação e fortalecimento de empreendedoras da região amazônica.
“Começamos empoderando essas mulheres, mostrando que elas podem. Depois vem a capacitação técnica para que alcancem clientes internacionais. Ver esse tema ganhar espaço em outro pavilhão foi realmente muito especial, um presente”, destacou.
A presença da indústria paraense no debate também reflete o histórico do CIN, que há 27 anos atua apoiando empresas locais em sua inserção no mercado internacional. O núcleo tem contribuído para levar produtos amazônicos manufaturados e de alto valor agregado para o mundo, ampliando exportações, gerando emprego, renda e competitividade.
Cassandra ressalta que esse movimento vem acompanhado de um crescimento notável da liderança feminina no setor, impulsionando iniciativas como o Mulheres Globais, voltadas à inovação, tecnologia e novas formas de comunicação para expansão internacional via e-commerce.
Entre as histórias que inspiraram o público, a trajetória de Ana Lídia Zoni se destaca pelo pioneirismo. Seu hidromel amazônico, o primeiro do mundo produzido com mel de abelha nativa sem ferrão, já chega a sete países, incluindo Alemanha, Panamá, África do Sul, Índia e destinos do Caribe, e deve alcançar outros três mercados em breve. Ela relembrou que seu investidor-anjo, alemão, conheceu o produto no Brasil, validou seu potencial e despertou a visão internacional da marca.

“Lá fora, consumir hidromel é um hábito milenar. Aqui, estamos redescobrindo essa bebida. Nosso diferencial é significativo e continuamos investindo em tecnologia e formulações inéditas, como o primeiro hidromel com safra no mundo, para levar os sabores da Amazônia ao exterior”, afirmou.
Já Daniela Cunha compartilhou como a participação no Mulheres Globais foi decisiva para a estratégia de expansão da Quri Natural Beauty, marca que aposta em ingredientes amazônicos e em um modelo de negócios sustentável. O programa, explicou, ampliou sua perspectiva sobre o e-commerce próprio e abriu portas para mentorias e especialistas que fortaleceram sua confiança para alcançar o mercado internacional.
“Ter um canal próprio é viável. Existe um caminho de regularizações, claro, mas o programa trouxe segurança técnica. Além disso, o networking nos faz perceber que, mesmo sendo uma marca jovem, estamos prontas para atuar fora do país”, destacou.






